Abusos Sexuais: Comissão Independente em Portugal apresentou equipa
Rui Saraiva – Portugal
A Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal promoveu na segunda-feira, dia 10 de janeiro, a apresentação pública da equipa e plano de trabalho, divulgando contactos para recolher denúncias e testemunhos de vítimas.
Um organismo que, segundo informa a Agência Ecclesia, vai abordar o período de 1950 a 2022 para encontrar testemunhos e números de casos na Igreja Católica em Portugal
“Foi vítima de abusos sexuais durante a sua infância e adolescência (até aos 18 anos), praticados por membros da Igreja católica portuguesa ou pessoas que para ela trabalham? Dê o seu testemunho. Faça-o com total garantia do nosso sigilo profissional e do seu anonimato” – refere o organismo, na sua nova página online, https://darvozaosilencio.org/.
Pedro Strecht, coordenador do organismo, disse aos jornalistas que a comissão existe “para estar ao lado das pessoas, tem disponibilidade total para as escutar, a seu tempo e com tempo” – assinalou.
A Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal é constituída pelos seguintes elementos:
Pedro Strecht, médico pedopsiquiatra e coordenador da Comissão;
Daniel Sampaio, psiquiatra e professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina de Lisboa;
Álvaro Laborinho Lúcio, juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça e antigo Ministro da Justiça;
Ana Nunes de Almeida, socióloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa;
Filipa Tavares, assistente social e terapeuta familiar, que trabalhou cerca de 25 anos numa IPSS;
Catarina Vasconcelos, cineasta, licenciada na Faculdade de Belas Artes com pós-graduação em Antropologia Visual no ISCTE.
Para Pedro Strecht, coordenador desta Comissão está em causa a “reparação da dignidade” de cada vítima, para que o seu testemunho seja acolhido e valorizado. Afirmou ainda ter encontrado, por parte dos responsáveis católicos, uma posição “clara e inequívoca” sobre a necessidade desta investigação.
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