Cardeal Scherer relata sobre encontro com o Papa
Silvonei José – Vatican News
Na manhã do último sábado, 19 de fevereiro, às 10h, (hora de Roma) o Papa Francisco recebeu a Presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) . O encontro contou com a presença de dom Miguel Cabrejos Vidarte, presidente; do cardeal Odilo Pedro Scherer, primeiro vice-presidente; dom Rogelio Cabrera López, presidente do Conselho de Assuntos Econômicos; dom Jorge Eduardo Lozano, secretário Geral; e padre Pedro Brassesco, secretário geral adjunto.
O Arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer conversou com a Rádio Vaticano – Vatican News sobre o encontro com o Papa:
Segundo dom Odilo a presidência do CELAM teve uma boa audiência com o Papa Francisco, mais de uma hora. “Um diálogo muito bonito muito franco” - disse - e que na primeira parte a presidência relatou ao Papa sobre Assembleia eclesial da América Latina e do Caribe que foi realizada no final de novembro do ano passado 2021.
Relatamos sobre o encaminhamento, a preparação, os materiais de apoio, continuou dom Odilo. “Depois sobre os membros que participaram, a metodologia usada sobre a própria participação, o temário que foi desenvolvido, e depois é claro, sobre aquilo que foram os frutos, se assim podemos dizer”.
O arcebispo de São Paulo afirmou que “os frutos foram muitas sugestões, muitas indicações sobre questões que Igreja na América Latina e no Caribe precisa olhar com muito carinho para desempenhar a sua missão, atualmente”. “São muitos desafios”.
Naturalmente não se deixou de colocar também em evidência os muitos frutos já produzidos a partir da Conferência de Aparecida em 2007. “O Papa – recordou dom Odilo - havia colocado como tema da Assembleia eclesial da América Latina e do Caribe, uma avaliação sobre o que é a Conferência de Aparecida. O Documento de Aparecida já produziu avanços, encaminhamentos na evangelização da nossa da nossa área do continente latino-americano. E é claro o Papa também pediu para avaliar aquilo que ainda precisaria ser mais trabalhado, as lacunas na aplicação do Documento de Aparecida”. Evidentemente - sublinhou o arcebispo de São Paulo - os novos desafios que a Igreja precisava enfrentar a partir de Aparecida.
“Pois bem, o fruto da Assembleia foi exatamente este, - continuou - uma indicação de muitos desafios, de muitas questões pendentes ainda de Aparecida e que a Igreja na América Latina através das suas conferências episcopais, das suas ações pastorais nas dioceses, enfim, do projeto de evangelização precisa assumir mais profundamente para realizar bem sua missão que no Documento de Aparecida tem algumas palavras chaves.
Primeiramente, - sublinhou – “o renovado encontro com Jesus Cristo para renovar a fé. Renovar a fé, a alegria da fé, a alegria do Evangelho. Segundo, o chamado à conversão. Precisamos ter a coragem de fazer certas mudanças, certas conversões pastorais, além conversões pessoais. E ali se dizia que não podemos ficar apenas numa pastoral de conservação, mas olhar para frente. E a terceira palavra-chave é a saída missionária que o Papa Francisco depois pegou para toda a Igreja do mundo, a Igreja Missionária, discípulos missionários. Era este o tema da conferência de Aparecida”.
Então, como cristãos, como católicos com presença da Igreja no meio dos nossos povos - evidenciou ainda o purpurado – “nós somos discípulos missionários e testemunha de Jesus Cristo e precisamos ajudar nossos povos para que eles tenham mais vida a partir do Evangelho, da acolhida do Evangelho que é bom, e que produz fruto e seja bem acolhido”.
Pois bem, o Papa também naturalmente, quis saber outras coisas sobre a vida da Igreja na América Latina. Ele perguntou - confidenciou dom Odilo - sobre a renovação e a reestruturação do CELAM que vem acontecendo há alguns anos e que agora chegou à sua fase conclusiva com aprovação do estatuto. Por outro lado, também a presidência também falou ao Papa sobre várias questões dos encaminhamentos do CELAM.
Enfim, - concluiu o arcebispo de São Paulo – “o assunto que não faltou, é claro, o da sinodalidade, o encaminhamento para o Sínodo Universal de 2023, a participação nas dioceses, a participação nas conferências episcopais para que o Sínodo que o Papa está chamando para ser feito por toda a Igreja, e que terá sua a Assembleia em outubro de 2023, que este Sínodo possa ser um momento de graça para toda a Igreja”.
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