O Papa no Cazaquistão para dar esperança e dizer que a paz é possível
Vatican News
"A viagem do Papa ao Cazaquistão é uma notícia muito importante e tem muita relação com a crise atual." Foi o que disse à Fides - agência missionária da Congregação para a Evangelização dos Povos – o ex-vigário apostólico da Ásia Central, padre Edoardo Canetta, durante vinte anos missionário no Cazaquistão, onde lecionou na Universidade de Karaganda, e depois na Universidade Nacional Euroasiática Gumylyov de Astana.
Francisco nas pegadas de São João Paulo II
Agora pároco em Milão e docente da Academia Ambrosiana na cidade do norte da Itália, padre Canetta, após o anúncio pelo presidente do Cazaquistão sobre a visita de Francisco, afirma: "Há um precedente histórico significativo a ser lembrado, quando São João Paulo II, sem se importar com a opinião contrária de muitos, decidiu ir ao Cazaquistão, 11 dias após o ataque às Torres Gêmeas em Nova York. Lembro também com emoção a acolhida de um povo no qual os católicos são uma pequena minoria, um povo surpreso por ser testemunha privilegiada de um evento de paz que poucos esperavam."
Hoje, prossegue o sacerdote, "mais uma vez um Papa vai à estepe, no contexto de um grande congresso inter-religioso, para mostrar que a paz é possível. Nesta terra há muitos problemas e também questões políticas e sociais, como mostraram os acontecimentos de alguns meses atrás, mas há a possibilidade de paz".
Tríplice esperança na língua cazaque
O missionário lembra que no Cazaquistão vive um povo de mais de 100 diferentes etnias: "Uma terra que foi o cenário das grandes deportações estalinistas, busca arduamente seu próprio caminho rumo à democracia e, apesar de tudo, vive em paz. E se há tensões entre cristãos e muçulmanos, entre cazaques e russos, há aqueles que preferem o caminho da coexistência pacífica".
"Na língua cazaque - observa Canetta - não há um único termo para a palavra 'esperança': há três e todos eles têm a ver com o tema do caminho. Há a palavra 'damiè', que significa esperança no sentido de algo belo, algo saboroso. É o pregustar de um bem que se espera no final de um caminho cansativo."
Esperança para a Ucrânia, mas também para todo o mundo
"Depois há a palavra 'medeu' que significa esperança no sentido de alguém com quem se pode contar durante o caminho. Depois há a palavra 'senim' que indica esperança como persuasão, confiança, portanto fé: a esperança certa de que o caminho leva a um ponto de chegada, não apenas belo e saboroso, mas, de alguma forma, definitivo."
"Com esta sua viagem o Papa Francisco dará testemunho desta esperança. Esta tríplice esperança é necessária não apenas para a Ucrânia, mas também para o mundo inteiro", conclui padre Canetta.
(com Fides)
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