Mobiliário na Igreja de São Francisco Xavier após ataque de homens armados em uma Missa no domingo de Pentecostes. REUTERS/Temilade Adelaja Mobiliário na Igreja de São Francisco Xavier após ataque de homens armados em uma Missa no domingo de Pentecostes. REUTERS/Temilade Adelaja 

Sobe para 40 número de mortos no ataque contra igreja na Nigéria

"Enquanto celebramos aqui, meu coração volta à cena sangrenta na igreja católica de São Francisco Xavier, em Owo, no Estado de Ondo, onde tantos fiéis desarmados, incluindo casais, mulheres, crianças pequenas e recém-nascidos, foram assassinados de forma terrificante e muitos outros brutalmente feridos no domingo de Pentecostes”, disse o presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, Dom Dom Lucius Iwejuru Ugorji

"A Nigéria sangra. Nossa terra está banhada de sangue. De norte a sul, de leste a oeste, o sangue corre como um rio. Os nigerianos agora vivem com medo e ansiedade enquanto uma nuvem escura de incerteza paira sobre a nação."

Palavras do arcebispo de Owerri e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria (CBCN), Dom Lucius Iwejuru Ugorji, pronunciadas durante a celebração do jubileu de ouro do administrador apostólico da Arquidiocese de Owerri, Dom Anthony J. V. Obinna.

 

Referindo-se ao massacre na Igreja de São Francisco Xavier em Owo no domingo, 5 de junho Dom Ugorji afirmou: "Enquanto celebramos aqui, meu coração volta à cena sangrenta na igreja católica de São Francisco Xavier, em Owo, no Estado de Ondo, onde tantos fiéis desarmados, incluindo casais, mulheres, crianças pequenas e recém-nascidos, foram assassinados de forma terrificante e muitos outros brutalmente feridos no domingo de Pentecostes”.

Dom Ugorji considera que “ficou claro que nosso país está assediado pela milícia Fulani, disfarçada de pastores. Há algumas semanas, ocorreu o assassinato impiedoso de Deborah e o ataque implacável às Igrejas de Sokoto", referindo-se à jovem Deborah Samuel Yakubu, estudante cristã, linchada em 12 de maio por "suposta blasfêmia" e os tumultos que se seguiram.

O presidente da Conferência Episcopal citou então "o sequestro do prelado da Igreja Metodista na Nigéria, que depois revelou que foi sequestrado junto com seus dois companheiros de viagem por Fulani armados, com a conivência ativa dos militares". "E no domingo passado, tivemos o ataque sangrento da igreja em Owo", recordou Dom Ugorji.

 O ministro do Interior, Ogbeni Rauf Aregbesola, no entanto, acusou a filiação na Nigéria do Estado Islâmico, Província da África Ocidental do Estado Islâmico (ISWAP, nascido de uma divisão do Boko Haram) de ser responsável pelo massacre do Domingo de Pentecostes.

À espera das eleições gerais de 2023, Dom Ugorji convidou “a evitar apatia e indiferença para eleger apenas candidatos credíveis com caráter, competência e capacidade; candidatos com um historial comprovado de sucesso e que se sabe colocar o bem comum acima dos seus interesses privados e egoístas”.

Sobe para 40 número de vítimas fatais

 

Subiu para 40 o número de vítimas fatais do massacre perpetrado no domingo, 5 de junho. O balanço oficial foi divulgado pelas autoridades do Estado de Ondo, no sudoeste da Nigéria, segundo as quais 61 pessoas ficaram feridas, para um total de 127 pessoas atingidas pelo comando terrorista que agiu com implacável determinação. O governador do Estado de Ondo disse que planeja sepultar as vítimas em um mausoléu comum.

 

Neste meio tempo, chega a notícia de outro massacre cometido no domingo, 5 de junho, no Estado de Kaduna, no norte, onde 32 pessoas foram mortas em um ataque de pastores Fulani em algumas aldeias na área do governo local de Kajuru. O ataque foi perpetrado por terroristas Fulani armados com fuzis AK47 em várias motocicletas. As milícias de autodefesa das aldeias tentaram resistir ao ataque do comando terrorista, mas foram aniquiladas. Testemunhos coletados no local também afirmam que um helicóptero disparou contra moradores que tentavam se opor ao ataque de terroristas.

Também no estado de Kaduna, no dia 7 de junho, foi realizado o funeral - na ausência do corpo - do Pe. Joseph Bako Aketeh, o sacerdote que morreu nas mãos dos sequestradores entre 18 e 20 de abril. As Exéquias tiveram lugar na Igreja de São João em Kudenda, onde em 8 de março o sacerdote foi sequestrado por um comando que atacou a casa canônica.

O arcebispo de Kaduna, Dom Matthew Man-Oso Ndagoso, que celebrou o funeral, expressou a esperança de que os restos mortais do sacerdote sejam um dia recuperados.

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10 junho 2022, 13:01