Ucrânia. Zheplinskyi: grato ao Papa por proximidade com país atormentado pela guerra
Vatican News
"Somos gratos ao Papa Francisco por seu apelo de hoje, que mostra sua proximidade com o martírio da Ucrânia, como ele disse. É verdadeiramente um martírio". É assim que o padre Taras Zheplinskyi, jornalista do Departamento de informação da Igreja greco-católica ucraniana, comenta o apelo lançado esta quarta-feira, 15 de junho, pelo Santo Padre no final da audiência geral.
"Por favor - disse o Papa -, não esqueçamos o povo atormentado da Ucrânia em guerra. Não nos acostumemos a viver como se a guerra fosse uma coisa distante". O que a Europa não deve esquecer? – pergunta o sacerdote.
"A Europa - responde o padre contactado por telefone pela agência católica Sir - não tem o direito de esquecer que hoje é o 112º dia de guerra em grande escala na Europa Oriental, na Ucrânia. Isso nos causa muita dor, mas a Ucrânia continua a se defender. A Europa não pode se acostumar a esta dor, porque, segundo o apóstolo Paulo, ‘quando um órgão (do corpo) sofre, o corpo inteiro sofre’."
Ucranianos são defensores da paz que devem ser ajudados
"A Ucrânia faz parte da família das nações europeias, é parte do corpo da Europa. Os europeus não podem esquecer que para desfrutar de paz e liberdade nas ruas de suas cidades, mais de 100 ucranianos pagam com seu sangue todos os dias."
"Quanto tempo isto vai durar? Nós não sabemos. Mas isso também depende dos países europeus. A Ucrânia não é apenas uma vítima à espera de compaixão, os ucranianos são defensores da paz que devem ser ajudados."
"A Rússia - acrescenta o padre Zheplinskyi - está matando a Ucrânia por causa de nosso desejo de ser um Estado europeu livre, independente e democrático. A Rússia mata por ódio, porque tem uma visão diferente da Ucrânia - o chamado ‘mundo russo’."
Mensagem em vídeo todos os dias sobre o conflito
O padre Zheplinskyi trabalha no Departamento de informação da Igreja greco-católica ucraniana. Desde o início do conflito, todos os dias o chefe da Igreja greco-católica ucraniana grava e transmite uma mensagem em vídeo onde ele sempre faz um balanço da situação e relata notícias sobre o conflito e as feridas que a guerra está causando na população.
A equipe atualiza constantemente seus sites de informação com novas notícias sobre o que a Igreja, em todos as suas estruturas, das paróquias às organizações de solidariedade, está fazendo pelos deslocados, os habitantes das cidades mais atormentadas e os mais vulneráveis, tais como mulheres, crianças, idosos e doentes.
"A maior ajuda que os jornalistas podem dar para pôr fim à guerra é procurar conhecer a verdade", diz o padre Taras, "sobretudo as causas da guerra da Rússia contra a Ucrânia, e dar testemunho dela, sem se deixarem influenciar pela propaganda russa, que influencia, infelizmente, tantas pessoas hoje em dia". E também na Europa", acrescenta ele.
(com Sir)
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