Dom Petrocchi: “o Papa tornará universal a intuição profética do Papa Celestino V”
Tiziana Campisi - Cidade do Vaticano
O cardeal-arcebispo de L’Aquila, Giuseppe Petrocchi, fez um discurso durante uma Conferência, realizada no último sábado (19/8) na cidade de L’Aquila, região italiana de Abruzos, que teve como tema: "De Celestino a Francisco: uma Igreja de misericórdia e esperança”. O evento ocorreu por ocasião da visita pastoral que o Papa Francisco fará à cidade de L’Aquila, no próximo domingo, 28 de agosto, pela abertura do 728º Perdão Celestino.
Em seu discurso, o Cardeal disse: “A humildade exige perdão; pedir é uma arte difícil, que custa, mas é necessária. O perdão é também um aspecto importante na vida pessoal e coletiva”.
O Perdão Celestino teve início em 1294, quando o Papa Celestino V, após um mês da sua eleição ao Pontificado, concedeu, com uma Bula, a indulgência plenária aos que "se arrependessem e confessassem, sinceramente", ao visitar a Basílica de Santa Maria de Collemaggio, em L’Aquila, "desde as vésperas da festa de São João até às vésperas do dia seguinte", ou seja, na noite entre 28 e 29 de agosto.
O Perdão Celestino realizou-se, solenemente, pela primeira vez, em 1295, quando Celestino V já havia renunciado ao Pontificado.
A tradição da abertura da Porta Santa, ao lado esquerdo da Basílica, é posterior e era precedida por uma longa procissão histórica. A sua construção é datada por volta de 1397. O Papa Francisco será o primeiro Pontífice a inaugurá-la solenemente.
Perdão: ecologia da alma
O cardeal Giuseppe Petrocchi, em seu discurso na Conferência de L’Aquila, insistiu ainda sobre o aspecto humano e interior do perdão: “É precisamente o perdão que preserva a ecologia da alma, como a boa gestão da própria interioridade e das suas ideias e emoções. A rivalidade, o estilo da vingança, o ressentimento e a agressão representam uma patologia da alma: são as bactérias que infectam e condicionam o modo de pensar, sentir e agir. Onde estes módulos cognitivos e afetivos predominam o pensamento perde a sua capacidade de ser objetivo, em relação a si mesmo e aos outros. Além disso, o coração também deixa de pulsar por amor, porque não o recebe e, por conseguinte, não pode transmiti-lo. Se no coração não houver amor, dá-se uma espécie de asfixia da alma, porque o amor é o oxigênio da alma”. Por fim, o Cardeal convidou os presentes “a redescobrir o perdão, a graça de perdoar e seu valor, tanto na perspectiva evangélica quanto na social”.
Perdão de L'Aquila extenso ao mundo inteiro
Em seu pronunciamento, o cardeal-arcebispo de L'Aquila disse também que, com Francisco, o perdão celestino se estenderá em nível planetário, uma vez que o Papa tornará universal "a intuição profética do Papa Celestino: "com Francisco, o tema do perdão torna-se central, por estar em perfeita harmonia com seu ensinamento sobre a misericórdia, que, por sua vez, é central para a vida e missão da Igreja. Logo, torna-se central também para a vida e missão da nossa Igreja local e à nossa cidade. Enfim, espero que o Perdão possa fazer-nos entender que o amor muda, transforma, nos torna novos e capazes de manter um entendimento mais comum com a sociedade, mais solidário e fraterno, como também uma terra mais habitável para todos os homens, uma terra para cada homem e em escala humana".
Ser Igreja extrovertida com Francisco
Durante a Conferência em L’Aquila sobre o tema: “De Celestino a Francesco”, que aprofundou vários aspectos sobre a indulgência celestina, tomou a palavra também o padre Luigi Epicoco, assistente eclesiástico do Dicastério para a Comunicação, que destacou: “Com a sua visita à cidade de L'Aquila, o Papa se torna peregrino e nos convida a ser uma Igreja em saída e mais próximos do nosso próximo. O perdão celestino não deve ser um acontecimento passado, que se repete, mas uma oportunidade de conversão”. Aqui, ao recordar a viagem que Pietro de Morrone fez a L'Aquila, para ser coroado Papa, padre Luigi Epicoco desenvolveu o tema da viagem como caminho humano, que se torna peregrinação para ir ao encontro de Cristo: “Com o Perdão somos chamados a reviver a importância da peregrinação. Coloquemo-nos em viagem, com o Papa Francisco, para redescobrirmos a esperança. A visita do Papa a L'Aquila deve ser um grande incentivo para sermos Igreja em saída e tornar-nos mais próximos dos outros, ir ao encontro dos outros”.
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