Bispos do Brasil em Roma: realidade eclesial e preocupação social
Vatican News
Na manhã de hoje, dia 26, após a Missa na Basílica Santa Maria Maior, em Roma, os bispos das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto, iniciaram a agenda de visitas aos dicastérios curiais que se estenderá ao longo da semana.
O episcopado das três províncias do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divididas em quatro sub-regiões pastorais, a saber, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto I (RP I) e Ribeirão Preto II (RP II), em visita ad Limina em Roma, a fim de favorecer a animação pastoral, teve um primeiro encontro do Dicastério para os Leigos, Família e Vida.
No departamento romano, que tem como objetivo a promoção da vida e do apostolado dos leigos, e o cuidado pastoral dos jovens e da família, os bispos paulistas contaram com a relatoria de dom Devair Araújo da Fonseca, bispo diocesano de Piracicaba.
“Em todos as nossas dioceses existem diversos trabalhos e iniciativas pastorais voltados para a família, sinal do zelo pastoral e da generosidade e compromisso do nosso povo”, enfatizou dom Devair ao pe. Alexandre Awi Mello, I.Sch, secretário do Dicastério, e às subsecretárias, as doutoras Linda Ghisoni e Gabriella Gambino.
O bispo de Piracicaba evidenciou que, nas dioceses paulistas, como no Brasil como um todo, impulsionados pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), os leigos e leigas ganharam relevância em toda a ação pastoral. O que, segundo ele, foi sempre confirmado nas Conferências do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (CELAM): “podemos dizer, sem sombra de dúvida, que o nosso pastoreio não seria possível sem a colaboração e o empenho de tantos leigos, homens e mulheres imbuídos de forte espiritualidade cristã, desprendimento e compromisso missionário”.
DESAFIOS PASTORAIS
Num segundo momento, os bispos se encontraram com os colaboradores do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. O bispo diocesano de Jales, dom José Reginaldo Andrietta, apresentou a realidade eclesial e as preocupações sociais mais relevantes no cuidado pastoral nas dioceses das sub-regiões.
“Apesar de ser uma região economicamente rica, seus problemas sociais são alarmantes, com destaque para o alto índice de desemprego, trabalho informal, famílias com baixa renda, sem teto, insegurança alimentar e violência”, disse dom Reginaldo, como é conhecido, e indicou que o principal desafio eclesial nestas regiões do Estado “é ser Igreja missionária, por meio de comunidades presentes em todas as realidades de vida pessoal e social, articuladas como pastoral de conjunto, atuantes em defesa da vida e em prol do bem comum”.
Conduzido pelo cardeal Michael Czerny, SJ, prefeito do Dicastério, o encontro contou com a intervenção do episcopado que refletiu os pontos indicados pelo bispo de Jales. Sobre o assunto, dom João Inácio Müller, arcebispo metropolitano de Campinas, insistiu na formação permanente do clero e dos agentes de pastoral nas questões sociais.
O fortalecimento das pastorais sociais foi bastante citado na reunião, tendo destaque para a Pastoral da Mobilidade Humana, pelo crescente número de refugiados nas regiões das três províncias eclesiásticas, e para a Pastoral da Criança, lembrada pelo bispo diocesano de Catanduva, dom Valdir Mamede.
Dom Luiz Antonio Cipolini, bispo diocesano de Marília, falou da atenção eclesial com a Pastoral da Sobriedade, e o alto índice da população carcerária no território de diversas dioceses. A esse respeito, o prefeito do Dicastério explicou que o assunto dos encarcerados é uma agenda e preocupação constantes da Igreja e do Papa Francisco. No final da manhã, o encontro foi concluído com a oração do Ângelus.
Fonte: CNBB Sul1
Fotos: Pe. Thiago Faccini
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