Cazaquistão: a presença pequena e humilde dos católicos no país
Sebastián Sansón Ferrari - Vatican News
A busca de uma resposta ao carisma de anúncio aos não cristãos, aos que não conhecem Jesus Cristo: esse é o objetivo do estudo do Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata, realizado em fevereiro de 2020. A Irmã Claudia Graciela Lancheros, missionária colombiana da Consolata há mais de 2 anos no Cazaquistão, conta que o continente asiático tem uma forte presença através deste prisma de evangelização.
Após análise, veio a conclusão de que uma comunidade no Cazaquistão estava em sintonia com o carisma e, portanto, a missão foi aberta.
Os principais desafios no local
Em um país com 0,01% de católicos por cada 100 habitantes, de acordo com dados divulgados pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o principal desafio é manter a identidade, ou seja, que as pessoas se reconheçam como cristãos, como católicos. No Cazaquistão, onde a religião mais difundida é o Islã, Irmã Claudia consegue, em pequenos diálogos, "fazer caminho", explicar o que significa ser cristã, o que é a Igreja Católica, qual a vocação religiosa das mulheres que se dedicam totalmente ao serviço de Deus, que não se casam nem têm filhos, entre outras questões.
A missionária salienta que é um povo acolhedor, com mais de 130 nacionalidades, devido a uma história de imigração. "Isso nos faz sentir verdadeiramente em casa, porque o povo acolhe essa diversidade, e é muito bonita", contou ela.
A maior satisfação: a acolhida
Irmã Claudia, que junto com sua pequena comunidade de religiosas vive em um vilarejo a 40 quilômetros da cidade de Almaty, em uma atmosfera rural e fraterna, comenta que seus vizinhos tiveram belos gestos de boas-vindas: "estamos cercados por imigrantes da Alemanha, do povo ligur, cazaques, descendentes de poloneses, uzbeques, é uma grande variedade".
À medida que os habitantes locais conhecem as religiosas, compartilham a comida que fazem, saúdam na rua, convidam para o chá. Além disso, quando passam pela horta delas, as pessoas mais velhas lhes dão alguns conselhos, contam-lhes alguma história. Fazem elas se sentir família, acrescenta Irmã Claudia.
Um peregrino da amizade social
Uma das mais belas experiências pelas quais ela é grata é o convite de qualquer família, independentemente da religião, para abrir as portas de sua casa. Em uma ocasião, ela estava com um professora muçulmana, que lhe disse que cada visita a eles é a presença de Deus. "Realmente nos fala de um sinal profundo do Pai, que está presente no povo", afirma. Os diálogos são muito abertos, pois acontecem com a profunda convicção de que somos todos irmãos e irmãs, como diz o Papa Francisco em sua encíclica Fratelli tutti, que em cada indivíduo "a presença de Deus existe de maneiras diferentes, com invocações diferentes".
"Sentir que há espaço para o diálogo, não de medo, ajuda muito. Estas são belas relações que estão se formando".
"As pessoas são muito pacientes, muito simples, isso ajuda muito; nos fala de um espírito de acolhida, um desejo de diálogo, de entrar em uma relação", assegura ela.
Os cazaques e o Papa Francisco
Em vista da visita pastoral que o Pontífice fará até 15 de setembro, o povo cazaque está muito entusiasmado: "É uma pequena comunidade cristã muito animada", enfatiza a religiosa colombiana. É uma oportunidade para mostrar o que é a Igreja Católica, para explicar a identidade, quem é o Papa Francisco e para incentivar a conversa. De fato, elas abordaram estas questões na catequese com as crianças. "É uma Igreja que está dando seus primeiros passos", diz ela, acrescentando que elas sempre rezam pelo Santo Padre no final do rosário, quando celebram a Santa Missa.
A irmã destaca a alegria que ela e a comunidade católica cazaque sentem sobre o fato da visita do Bispo de Roma e destaca o esforço do Papa com esta viagem, devido a seus problemas de joelho. "É um sinal muito forte" para a missionária colombiana, pois sentem que é um gesto de amor muito grande.
A fé dos católicos cazaques
Aproveitando o contexto deste importante evento, a freira colombiana reforça a profunda fé dos católicos cazaques, em meio a uma realidade com uma maioria de outra religião:
"No momento, em nossa missão, não estamos fazendo coisas grandes. Nossa presença é humilde, pequena, em uma pequena calçada, em uma pequena aldeia, mas sinto que é esta presença de fé. As pessoas nos pedem orações, mesmo de outras religiões. Eles já nos conhecem, sabem que estamos aqui, que estamos aqui para eles, para lembrá-los e para nos unir diante de Deus. A missão é ir tomar chá com nossos vizinhos e ouvi-los, conversar e compartilhar a vida, compartilhar nossa fé, compartilhar o que está acontecendo em nossa vida diária. É uma presença de consolo mútuo, porque significa compartilhar a vida da verdade, na simplicidade."
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