GVA Assis 2022: a alegria do encontro e da vivência fraterna
Laura Lo Monaco - Cidade do Vaticano
Durante os dias 28 de outubro a 1 de novembro, mais de 400 peregrinos estiveram reunidos para o 42° encontro nacional Jovens em direção a Assis (GVA - Giovani verso Assisi, em italiano). O evento acolhe fiéis de 18 a 28 anos de todas as regiões da Itália que desejam viver uma experiência de crescimento espiritual na raiz do carisma franciscano. É uma oportunidade de encontro dos jovens com os freis e freiras que seguem a vocação de São Francisco e Santa Clara.
“Foram dias muito ricos e intensos! Experimentei a beleza do encontro, da fraternidade e da escuta de tantos testemunhos que me impressionaram e enriqueceram”, diz Caterina da região do Veneto.
O evento
Promovido pelo Centro Franciscano Jovem de Assis, a programação conta com momentos de oração, catequese bíblica, oficinas temáticas, escuta de testemunhos, confissão e, claro, a celebração da Santa Missa. As atividades foram realizadas no interior do Sacro Convento e das Basílicas Superior e Inferior de São Francisco de Assis. Para frei Giambo, da pastoral jovem da Basílica de Santo Antônio de Pádua, participar da comissão organizadora também é uma oportunidade de serviço e amor ao próximo: “oferecer o tempo e a disposição para ajudar na organização do evento é um trabalho muito belo, feito com o coração; é um momento de serviço ao próximo, de crescimento e também de formação”.
A fraternidade e a promoção da paz
Com o tema Ad Sidera “...e vós sois todos irmãos”, as atividades do evento buscaram trazer a reflexão sobre como viver a fraternidade nos dias de hoje, um apelo sempre presente nas palavras do Papa Francisco. Os temas da imigração e da desigualdade social também foram abordados, buscando conscientizar os jovens sobre estas realidades e mostrar a importância de sermos agentes da paz.
Luca, proveniente da Emília Romana, testemunhou que o laboratório de diálogo e escuta “foi uma oportunidade de refletir sobre as minhas emoções na relação com os outros, de dedicar tempo ao outro através da escuta e tentar captar o seu ponto de vista”. Na Audiência Geral do dia 9 de novembro de 2022, Papa Francisco nos recordou que “o diálogo é o oxigênio da paz”.
Os testemunhos de missionários, religiosos e leigos também contribuíram para compreender a importância de estender a mão àqueles que mais precisam, como exemplifica Caterina: “Um dos momentos que mais me marcaram foi a escuta da experiência de vida de Chiara Benedetta, uma consagrada que se faz instrumento de Deus entre os povos mais marginalizados. Nunca me esquecerei o amor ardente que se lia em seus olhos.”
O convite à santidade
Tive a oportunidade de participar deste grande evento e experimentar a alegria de estar reunida com jovens católicos que, através da vivência fraterna, buscavam crescer espiritualmente e dar início a um caminho de discernimento vocacional.
Nesta busca por uma vida voltada para Cristo, me recordo das palavras do frei Alberto Tonellona na missa do dia 1 de outubro: “Ser santo é ser humano”. Os santos viveram neste mundo assim como nós, com suas limitações pessoais e provações, mas entenderam que amar a Deus deve estar em primeiro lugar. O Santo Padre em tuíte do dia 7 de novembro de 2022 nos ensina: “Leiamos a vida dos santos, pois eles mostram de modo narrativo e compreensível o estilo de Deus na vida das pessoas não muito diferentes de nós, porque os santos eram de carne e osso, como nós. As suas ações falam às nossas, ajudando-nos a compreender o seu significado”.
A Basílica de São Francisco
Após a proclamação de Francisco como Santo da Igreja Católica em 16 de julho de 1228, Papa Gregório IX, com a colaboração de Frei Elias de Bombarolo, deu início à construção da Basílica e do Sacro Convento. Pensada para custodiar os restos mortais do santo e ser considerada como Caput et Mater – Cabeça e Mãe – de toda a Família Franciscana, a Igreja de São Francisco é composta por duas partes: a Basílica Inferior, com características românicas, e a Basílica Superior, com elegantes linhas góticas. No interior das duas basílicas podemos prestigiar o trabalho de grandes artistas como Giotto e Simone Martini, que narraram o caminho de santidade de Francisco através de belíssimos afrescos. Abaixo do altar principal da Basílica Inferior se encontra a urna de pedra com os restos mortais do pobrezinho de Assis, no ambiente da Cripta.
*Fotos feitas pelo frei Andrei Ciobanu
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