Monsenhor Jamil, Edições CNBB: “nossa missão é evangelizar”
Luiz Felipe Bolis – Vatican News
Mantida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e criada em 2005 como uma entidade sem fins lucrativos, a Editora Edições CNBB anuncia a terceira edição do Missal Romano, produzido pela Comissão Episcopal para a Liturgia. O processo de montagem durou catorze anos, entre traduções, revisões, edições e, agora, o momento de entrega-lo ao Dicastério de Liturgia, na Santa Sé.
“Com a entrega desse material, nós esperamos começar todo o trabalho de logística para alcançar não só paróquias, comunidades, capelas, mas também as casas religiosas, as casas de formação, os locais de retiro, que certamente vão utilizar o Missal. Agora é o Tempo do Advento. Nós estamos preparando a chegada do Menino Jesus e preparando a chegada do Missal Romano para a sua terceira edição típica”, cita monsenhor Jamil Alves de Souza, diretor-geral das Edições CNBB.
A Editora Edições CNBB está localizada em Brasília, de onde alcança toda a distribuição para o território brasileiro. Embora não possua gráfica própria, a Editora produz todos os materiais, todos os livros, desde a redação do texto, através de assessores, especialistas, escritores, realizando também a revisão, diagramação e todo o controle logístico para que as pessoas e os fiéis possam ter em suas mãos os materiais produzidos pela Igreja no Brasil.
Uma editora de grandes dimensões
Segundo monsenhor Jamil, a Editora Edições CNBB conta com mais de oitenta colaboradores diretos, além de uma grande equipe de colaboradores indiretos, sendo estes os assessores, articulistas, especialistas e pessoas que produzem materiais de forma voluntária.
“Os textos são submetidos ao nosso Conselho Editorial. Se este, por exemplo, versa sobre Teologia Moral, ele é submetido à Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, e também a alguns outros especialistas que vão emitir uma análise acerca daquele conteúdo específico. Normalmente a maior parte dos nossos textos já vêm das comissões episcopais ligadas à CNBB, aos bispos, ou então vêm de bispos mesmo, além daqueles textos que já vêm do Vaticano, que passam pelo processo de tradução ou de adaptação para o português do Brasil”, comenta o Monsenhor, que também sublinha a vasta rede de canais de atendimento que compõe a Editora, através de e-mail, telefone, lojas físicas e outros meios.
O Monsenhor Jamil Alves diz ainda: “Quando o texto chega ao Departamento de Controle, de Produção, é feito um orçamento com editoras parceiras, e aí é feito com um acordo com aquelas que nos oferecem não apenas os melhores valores, mas também a melhor produção material, de qualidade, de prazo de entrega, e assim por diante, e com esse processo feito de maneira transparente, nós escolhemos por esta ou por aquela em específico”.
A gratidão pelo empenho da equipe das Edições CNBB se faz presente nas palavras do Monsenhor, que pontua: “Nosso lema é evangelizar. Cada colaborador e cada colaboradora das Edições partilha desse mesmo espírito. Então o carinho que cada um tem para com esse material produzido se denota na qualidade do trabalho que é entregue. A gente evangeliza com o cuidado aos colaboradores e consumidores do material”. Os textos pontifícios e documentos oficiais da Igreja representem uma das grandes linhas de publicação da Editora, que ao receberem os textos dos órgãos competentes do Vaticano realizam as devidas adaptações e/ou traduções, para então se seguir com a diagramação, impressão e distribuição.
Edições CNBB: editora de missão, visão e valores
A Editora é destinada à publicação, divulgação, venda e distribuição de documentos e subsídios da CNBB e da Igreja úteis ao cumprimento de sua missão evangelizadora. Tais publicações apresentam-se sob a forma de livros, folhetos, revistas, CD-ROM e outros meios gráficos ou digitais incorporados pela tecnologia vigente.
É a Editora de referência em língua portuguesa dos documentos, livros litúrgicos, subsídios e produtos da Santa Sé, do CELAM, da CNBB e de outras instâncias da Igreja com presença marcante no mercado editorial. Com atenção às mais novas publicações do Vaticano e aos documentos referentes à Igreja, a Editora procura trazê-los com agilidade e credibilidade aos fiéis brasileiros.
É também a Editora responsável por todas as publicações de grandes eventos coordenados pela CNBB, tais como o Dia Nacional da Juventude (DNJ), a Campanha de Evangelização (Evangelize Já), a Campanha da Fraternidade (CF), a Assembleia dos Bispos do Brasil, dentre outros, fomentando uma fé viva e atenta à realidade brasileira e mundial.
A missão da Edições CNBB é contribuir, como pastores, de forma relevante na propagação da fé católica e na edificação de uma sociedade justa e solidária, em um esforço permanente de responder às necessidades da evangelização nos diversos contextos, de forma inovadora e acessível a todos.
Ser a Editora de referência em língua portuguesa dos documentos, livros litúrgicos, subsídios e produtos da Santa Sé, do CELAM, da CNBB e de outras instâncias da Igreja, consolidando presença marcante no mercado editorial: eis a visão das Edições CNBB.
Os valores da Edições CNBB, atualmente, são os seguintes: ética, qualidade, inovação, integração, disciplina, comprometimento e credibilidade.
Monsenhor Jamil conversou com Silvonei José nos estúdios da Rádio Vaticano:
Monsenhor Jamil, que alegria recebê-lo aqui na Radio Vaticana, e gostaríamos de conversar com o senhor sob um aspecto muito importante da Conferência Episcopal do Brasil, que é a comunicação que chega a nós através das Edições CNBB, que o senhor é responsável por informações que nos chegam através de livros, documentos, etc. Seja bem-vindo, Monsenhor Jamil.
R. Muito obrigado! A alegria é minha, e a alegria, por certo, é das Edições CNBB, que representa, no Brasil, toda a oportunidade de os nossos fiéis terem acesso a todos os documentos da Igreja, sejam os do Papa e também os dos bispos do Brasil. Isso é o que é importante: ter acesso ao que a Igreja emite de opiniões, de orientações, para que o nosso povo possa, de fato, experimentar a alegria de se encontrar com Jesus Cristo.
Em nível logístico, de estrutura, como funcionam as Edições CNBB?
R. A Editora Edições CNBB está localizada em Brasília e, a partir de Brasília, ela tem toda distribuição para o território brasileiro. Ela atua, de fato, em todas as frentes com a logística própria. Ela, embora não possua gráfica própria, ela produz todos os materiais, todos os livros, desde a redação do texto, através de assessores, especialistas, escritores, depois a revisão, a diagramação, todo o controle logístico para que as pessoas, para que os fiéis possam ter em suas mãos esse material todo que é produzido pela Igreja no Brasil.
Quantas pessoas hoje trabalham nesse setor?
R. Nós temos mais de oitenta colaboradores diretos, e depois temos os indiretos, que são os assessores, articulistas, que de seus locais de residência do Brasil produzem o material que é enviado a nós. Então, de colaboradores diretos, nós temos mais de 80 hoje, e os indiretos, que são variáveis de acordo com a periodicidade do documento, ou de acordo com aquele material necessário, como por exemplo aquele material da Campanha da Fraternidade. É produzido no Brasil inteiro, por vários especialistas. Se o material da CF é dirigido para crianças, nós temos pedagogas, especialistas nesta área, no Brasil inteiro. São muitos colaboradores indiretos. E daí, o material depois é produzido por nós, lá em Brasília mesmo.
É um trabalho importante e enorme, porque o senhor está falando de Brasil. Mas quando chegam esses textos, como se faz a triagem? Eu creio que vocês devem receber muitos textos diariamente.
R. Sim, os textos são submetidos ao nosso Conselho Editorial, que é um tanto quanto diversos desse entendimento, porque se o texto, por exemplo, versa sobre Teologia Moral, ele é submetido à Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, e também a alguns outros especialistas que vão emitir uma opinião, uma análise, um comentário, acerca daquele conteúdo específico, próprio. Se os textos já vêm produzidos por alguma das comissões episcopais, pastorais, que nós temos na CNBB, aí já se presume de que eles foram submetidos a esses assessores diretos da CNBB, que também emitem uma opinião sobre o conteúdo. Normalmente a maior parte dos nossos textos já vêm das comissões episcopais, ligadas à CNBB, aos bispos, ou então vêm de bispos mesmo, além daqueles textos que já vêm do Vaticano, que aí só passa pelo processo de tradução ou de adaptação para o português do Brasil, e depois já tem um encaminhamento natural.
E o processo de distribuição, como funciona?
R. Nós temos vários canais de atendimento assim que o material é produzido e é lançado, oficialmente através dos nossos canais de comunicação. Para isso, esse material produzido chega às pessoas. Por várias formas nós temos canais de atendimento. O nosso departamento comercial é ágil, rápido. Então você pode conversar com os nossos atendentes, seja por telefone, seja por WhatsApp, seja por atendimento direto por canais específicos ou por lojas físicas que temos. São algumas pela própria sede nacional, que se localiza ali perto da Nunciatura Apostólica, perto do setor de embaixadas, como temos a loja de fábrica. As pessoas são sempre atendidas, seja por e-mail, enfim, assim como fazemos uma abordagem direta com pessoas.
A impressão, como funciona depois? Os senhores não têm máquina rotativas. Como funciona então esse processo?
R. Quando o texto chega ao Departamento de Controle, de Produção, é feito um orçamento com editoras parceiras, e aí é feito com um acordo com aquelas que nos oferecem não apenas os melhores valores, mas também a melhor produção material, de qualidade, de prazo de entrega, e assim por diante, e com esse processo feito de maneira transparente, nós escolhemos por esta ou por aquela em específico.
Monsenhor Jamil, também é interessante falar sobre aquilo que chega do Vaticano para os senhores: os Documentos Pontifícios, documentos que depois chegam à nossa realidade, como é esse processo? Os senhores recebem ali, fazem o trabalho de colocar no português brasileiro, e depois existe a distribuição. É isso?
R. Exatamente. Os documentos, textos pontifícios, documentos da Igreja, que são produzidos aqui pelos Dicastérios e também pelo Papa, esses textos chegam até nós, por intermédio dos órgãos competentes do Vaticano. Alguns já traduzidos para o português, às vezes para o português de Portugal, e outros chegam ainda no italiano. Então o nosso trabalho é fazer as devidas adaptações, ou a tradução propriamente dita, e de com esses textos produzidos por nós, também submetemos às comissões, para que os termos fiquem dentro das normas teológicas utilizadas dentro do nosso país. Depois disso damos início a o processo do texto em forma diagramação ou digital, e depois a impressão e distribuição.
Só pra entender que, antes de chegar às nossas mãos, existe todo um trabalho, e de profissionais, não é?
R. Exatamente. Depois do trabalho de toda uma equipe, a qual eu, como responsável, sou muito grato à equipe das Edições CNBB, com um trabalho voltado àquilo que é específico das edições. Nosso lema é evangelizar. Cada colaborador e cada colaboradora das Edições partilha desse mesmo espírito, sabendo que nossa missão é evangelizar. Então o carinho que cada um tem para com esse material produzido se denota na qualidade do trabalho que é entregue. A gente evangeliza com o cuidado aos colaboradores, consumidores do material e a evangelização.
O que nós temos para o próximo ano?
R. Sem dúvida, um livro todo esperado pela Igreja do Brasil é a publicação do Missal na sua terceira edição. Esse trabalho, produzido todo ele pela Comissão Episcopal para a liturgia. São catorze anos que estão trabalhando na tradução, na revisão, na montagem de todo esse trabalho, que agora chega o momento de ser entregue aqui no Dicastério para a liturgia. Com a entrega desse material já diagramado por nós nas Edições, nós esperamos a confirmação daquilo que foi entregue aqui e, a partir desse momento, começar todo o trabalho de logística para alcançar não só paróquias, comunidades, capelas – mas também as casas religiosas, as casas de formação, os locais de retiro, de encontro, que certamente vão utilizar o Missal. Então o grande lançamento, diríamos assim, seria o missal. Nós não temos data definida. Sabemos apenas que na semana seguinte, agora aqui em Roma, esse material será entregue. Mas não temos ainda data prevista para tal. Esperamos que seja breve, mas que, embora não tenhamos data prevista, o nosso trabalho está sendo feito, pra que, quando chegar o momento, nós estejamos preparados. É um pouquinho daquela parábola que Jesus conta: “não sabeis nem o dia nem a hora, mas ficais vigilantes” (Mt 25, 13). Agora é o Tempo do Advento. Nós estamos preparando a chegada do Menino Jesus, preparando a chegada do Missal Romano para a sua terceira edição típica.
Há quanto tempo estamos esperando esse Missal?
R. São mais de quatorze anos de trabalho de especialistas em Latim, especialistas em Liturgia. São quatorze anos.
Quantos volumes vão sair dessa edição?
R. Acreditamos que seja em torno de quase 50 mil exemplares.
Qual publicação é a “menina dos olhos” das Edições da CNBB?
R. Em termos de Liturgia, nós temos o nosso subsídio Igreja em Oração, que é a liturgia de todos os dias, que as igrejas utilizam, com leituras, com comentários próprios, específicos, os roteiros litúrgicos, em termos de periódicos e homiléticos. Esses sempre se renovam e são quistos de maneira muito sólida dentro da Igreja do Brasil. Depois, em livros, nós temos os documentos da CNBB. Falando de Missal Romano, lembramos que, também junto ao Missal aqui em Roma para o, vai ser entregue para o Dicastério para a Liturgia, vai ser entregue o Ritual de Instituição do Ministério de Catequista, também para ser submetido à confirmação por parte deste organismo romano. Um material muito aguardado por todas as dioceses e paróquias, porque uma realidade que o Brasil tem muito hoje são os milhares de catequistas, ao lado dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística, aos quais também está sendo preparado um material. Há também um material sobre o livro do Papa Francisco: Caminhar Juntos, com observações, comentários, explicações. Nossa missão é evangelizar.
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