Seis religiosos e um leigo acusados de "conspiração" na Nicarágua
Vatican News
Segundo a Unidade de Defesa Jurídica nicaraguense, neste último dia 26 de janeiro, após quatro dias de julgamento, o governo de Daniel Ortega considerou culpados os sacerdotes Ramiro Tijerino, reitor da Universidade João Paulo II e pároco de São João Batista; José Luís Díaz e Sadiel Eugarrios, respectivamente primeiro e segundo Vigários da Catedral de Matagalpa de San Pedro; e o diácono Raúl Vega González. Todos eles são acusados de crime de conspiração, por "cometer atentados à integridade nacional e difusão de notícias falsas, em detrimento do Estado da Nicarágua e da sociedade".
Sentença no próximo dia 3 de fevereiro
Além dos sacerdotes, dois seminaristas e um cineasta da diocese de Matagalpa também foram acusados do mesmo crime. Em 3 de fevereiro próximo será feita a leitura da sentença. Os outros envolvidos na acusação são os seminaristas Darvin Leiva Mendoza e Melkin Centeno, e o cineasta Sergio Cárdenas. O Ministério Público pediu para eles 10 anos de prisão além de uma multa.
Detidos desde agosto de 2022
No dia 19 de agosto de 2022, os religiosos e o leigo, junto com o Bispo da diocese de Matagalpa, foram presos, de madrugada, pela polícia, que entrou com a força na Cúria episcopal, onde estavam confinados por 15 dias. Desde então, os religiosos e o leigo ficaram presos no cárcere da polícia de "El Chipote", oficialmente conhecida como Direção de Assistência Judiciária. Por sua vez, o Bispo permaneceu em "prisão domiciliar".
Julgamento do CENIDH
A agência dos Direitos Humanos da Nicarágua (CENIDH) denunciou a condenação dos religiosos dizendo que a culpa era do presidente Daniel Ortega e sua esposa, Rosario Murillo; afirmou ainda que os quatro dias de julgamento foram uma verdadeira "tortura judicial". Em um Tweet, a agência condenou este "abuso dos direitos humanos e das garantias do devido processo". A CENIDH faz parte da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH).
Bispo de Matagalpa
Dom Rolando Álvarez, Bispo de Matagalpa, foi submetido a julgamento para responder por tais crimes dos religiosos, mas a data ainda não foi fixada. Trata-se do primeiro Bispo a ser preso e acusado na Nicarágua, desde que o presidente Ortega voltou ao poder, em 2007. Em 13 de dezembro, o governo acusou o prelado e o sacerdote exilado, Padre Uriel Antonio Vallejos, de “presumíveis crimes de conspiração e difusão de notícias falsas”.
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