RDCongo: o ‘ora et labora’ dos catequistas da diocese de Lolo
VATICAN NEWS
“Aguardamos com alegria a visita do Papa Francisco à República Democrática do Congo. Em todas as igrejas se reza a oração que foi composta para esta ocasião”, são palavras de Dom Jean-Bertin Nadonye Ndongo, Bispo de Lolo, que se encontra em Roma para a participação da celebração, presidida pelo Santo Padre, do 4° Domingo da Palavra de Deus na Basílica Vaticana. Na ocasião, foram conferidos os ministérios de Leitorado e de Catequista a homens e mulheres leigos, em particular três pessoas receberam o Ministério do Leitorado e sete o de Catequista. São fiéis leigos que pretendem representar o Povo de Deus e são provenientes da Itália, República Democrática do Congo, Filipinas, México e País de Gales. Dom Ndongo explica como surgiu o convite para a sua diocese. “O Dicastério para a Nova Evangelização viu um artigo onde descrevíamos a nossa escola de formação para catequistas e, assim, convidou-me a apresentá-la no 3° Congresso Internacional de Catequistas em Roma. Mais tarde, o mesmo Dicastério me informou que o Papa Francisco estava convidando a mim e a dois catequistas para a celebração do Domingo da Palavra de Deus”.
O Centro de Formação de Catequistas
O Centro de Formação Catequética, Pastoral e Ecológica "Mobokoli" da Diocese de Lolo começou a funcionar entre 2018-2019. Para compreender a sua importância, deve-se ter presente que a diocese de Lolo está situada na floresta equatorial do noroeste da República Democrática do Congo, onde mais de 93 por cento da população vive na pobreza absoluta. São cerca de 200 mil habitantes, espalhados por 293 aldeias, isoladas umas das outras, numa área de 10 mil quilômetros quadrados. “Existem 317 catequistas servindo 10 paróquias. Deve-se considerar que uma única paróquia pode incluir cerca de trinta aldeias espalhadas em um território muito vasto. Pode passar até um ano entre uma visita e outra do pároco da mesma aldeia. Portanto são os catequistas que conduzem a comunidade de fiéis, presidindo à celebração dominical da Palavra”, afirma o arcebispo Ndongo.
A importância da formação dos catequistas
“Quando me tornei Bispo da diocese de Lolo percebi, nos meus encontros pastorais, a necessidade de uma melhor formação dos catequistas, também em relação aos relacionamentos com outras confissões cristãs”, explica o Bispo. “Uma das perguntas mais frequentes era, por exemplo, ‘por que vocês, católicos, são batizados desde cedo e não quando adultos?’. Decidimos, portanto, criar uma escola que assegure uma sólida formação aos nossos catequistas”.
O Centro de Catequese
“Iniciamos a construção do Centro em 2017, com a edificação de 10 casas com materiais encontrados no local. Um para cada paróquia” recorda Dom Ndongo. “Quando os amigos da Missio Aachen vieram nos visitar, eles nos ajudaram a reconstruir os prédios com materiais melhores. Em 3 anos, obtivemos 10 casas para acomodar os alunos. Além disso, foram construídas a casa do diretor e a escola dividida em três salas de aula, duas femininas e uma masculina”.
Formação integral
O Arcebispo Ndongo sublinha a importância da formação dada às mulheres, muitas vezes analfabetas: “As mulheres, casadas com um catequista que por sua vez está se formando, recebem duas formações distintas. Além da catequética, há também a formação humana voltada para alfabetização, curso de corte e costura e gestão familiar. Assim, quando regressam à aldeia, os casais de catequistas, marido e mulher, tornam-se não só um ponto de referência para os católicos, mas também agentes de desenvolvimento humano para todos os habitantes, especialmente para as mulheres”. "A formação dos homens, além da parte teológica e moral, inclui uma parte chamada 'civil' (por exemplo, sobre direitos humanos e cívicos), uma parte prática sobre como, por exemplo, transmitir ensinamentos cristãos para os que querem entrar na Igreja católica. Por fim, uma parte dedicada ao desenvolvimento humano, focada no cultivo e na criação. Não é por acaso que o símbolo da escola é uma Bíblia aberta com um facão ao lado, ferramenta de trabalho para colher os frutos da terra. Em suma, referimo-nos à regra 'Ora et Labora'”, conclui o Bispo.
(com Fides L.M.)
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