Solidariedade internacional à Igreja na Nicarágua

Vatican News

A condenção do bispo de Matagalpa Dom Rolando Álvarez a 26 anos de prisão, bem como a perda da cidadania e deportação aos Estados Unidos de 222 pessoas entre sacerdotes, seminaristas, leigos, políticos e jornalistas, classificados de “traidores” – foram condenadas por várias Conferências Episcopais e pelo Governo dos Estados Unidos, que se solidarizaram com a Igreja local e o povo nicaraguense, exortando ao diálogo e pedindo a libertação dos presos políticos.

Ainda no sábado, o Conselho Episcopal da América Latina (CELAM) divulgou um comunicado “nestes momentos de provação e deterioração dos direitos de nossos irmãos e irmãs da Igreja da Nicarágua”, onde expressa solidariedade, proximidade e assegura orações “com e pelo povo de Deus e seus pastores”.

Como expressão da “solidariedade e sensível fraternidade da nossa Igreja latino-americana e caribenha com aqueles que se encontram injustamente privados da liberdade na Nicarágua, incluindo o bispo Rolando Álvarez e vários sacerdotes”, o CELAM oferece “por suas intenções e pronta libertação, a Eucaristia de abertura da Assembleia Regional da América Central-México da Fase Continental do Sínodo”, que tem lugar nesta segunda-feira, 13 de fevereiro, na Catedral de San Salvador, onde são os restos mortais de São Óscar Arnulfo Romero, "bispo e mártir por amor ao pobres e a Igreja.”

Já a Conferência Episcopal espanhola, ao condenar as medidas de perseguição do governo de Daniel Ortega, pede a todos os católicos e a todas as pessoas de boa vontade para rezarem pela “resolução pacífica deste conflito e por um compromisso ativo pela paz que tem como fundamento indiscutível a justiça.”

Também no sábado, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden condenou a cassação da cidadania de Dom Álvarez e dos até então presos políticos deportados, exigindo a libertação do prelado, preso por se negar a deixar o país. “A medida viola o direito fundamental das pessoas”, disse o porta-voz do Departamento de Estado.

O presidente da Conferência Episcopal da Argentina, Dom Oscar Vicente Ojea Quintana, transmitiu ao arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes, a solidariedade, proximidade e o compromisso de oração de todo o Episcopado, “neste momento doloroso que a Igreja da Nicarágua está vivendo.

O Comitê Permanente da Conferência Episcopal do Chile, afirmou em um comunicado que a condenação faz parte de um "processo claramente injusto, arbitrário e desproporcional contra o bispo Álvarez", que também "se soma a outras múltiplas medidas aplicadas nos últimos meses contra fiéis e organizações católicas: a expulsão do Núncio Apostólico, expulsão das religiosas Missionárias da Caridade, exílio e prisão de sacerdotes, fechamento da mídia.

Às autoridades da Nicarágua, é pedido “que escutem a voz das pessoas a quem servem, tomem suas decisões com espírito de serviço para o bem de todos e libertem os presos por motivos políticos.”

A Conferência Episcopal do Panamá fez eco às palavras do Papa Francisco no Angelus que pediu para rezar por todos os que sofrem na Nicarágua, invocando a intercessão da Imaculada Virgem Maria, padroeira do país, “para que abra o coração dos líderes políticos e de todos os cidadãos para a busca sincera da paz, que nasce da verdade, da justiça, da liberdade e do amor e é alcançada mediante o exercício paciente do diálogo”.

Também os bispos de El Salvador, “consternados diante dos graves e recentes acontecimentos na irmã República da Nicarágua”, expressaram sua “dor, preocupação, solidariedade e proximidade aos bispos da Nicarágua e a toda a Igreja dessa amada Nação”, unindo-se ao Santo Padre na oração pelo bispo preso, pelos deportados “despojados de seus direitos” e pela Igreja no país, pedindo a intercessão de Maria Imaculada e de São Óscar Romero.

As Conferências Episcopais da Costa Rica e Guatemala expressaram solidariedade à Igreja e ao povo nicaraguense, assegurando suas orações e pedindo aos sacerdotes para oferecerem nas Santas Missas a intenção pelo fim das perseguições no país centro-americano, para que prevaleça o diálogo e impere a justiça.