Portugal: bispos analisam relatório final da Comissão Independente para o estudo dos abusos sexuais
Fátima - Ecclesia
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reune-se nesta sexta-feira, (02/03) numa Assembleia Plenária Extraordinária “dedicada, exclusivamente, à análise do relatório final da Comissão Independente para o estudo dos abusos sexuais”.
Em nota enviada à Agência ECCLESIA, a CEP informa que o encontro vai decorrer, entre as 10h e as 17h, sendo seguido de uma coletiva de imprensa, na Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima, pelas 18h.
No dia 13 de fevereiro, em Lisboa, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, designada pela Conferência Episcopal Portuguesa, apresentou o seu relatório final, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4.815 vítimas, entre 1950 e 2022.
Nesse mesmo dia, em reação ao documento, o presidente da CEP disse aos jornalistas que o mesmo “exprime uma dura e trágica realidade”, sublinhando que a Igreja Católica não vai tolerar “abusos nem abusadores”.
“A ‘tolerância zero’ para com os casos de abusos tem de ser uma realidade em toda a Igreja e, por isso, não toleraremos abusos nem abusadores”, afirmou dom José Ornelas.
Para o bispo de Leiria-Fátima, o relatório é “uma ferida aberta”.
“Pedimos perdão a todas as vítimas: às que deram corajosamente o seu testemunho, calado durante tantos anos, e às que ainda convivem com a sua dor no íntimo do coração, sem a partilharem com ninguém”, acrescentou.
De acordo com o calendário anual da CEP, os bispos católicos iniciaram na última segunda-feira o seu retiro de Quaresma, que decorre até quinta-feira à noite, sob orientação do padre Mário Sousa, biblista, pároco de Portimão (Diocese do Algarve), e coordenador da Comissão da Tradução da Bíblia da CEP.
O retiro tem como tema: “A Jornada de Cafarnaum (Mc 1,21-39): o dia de Jesus é o dia dos seus discípulos”.
A realização de um retiro anual, com o qual se procura deixar de lado a rotina diária, para “aprofundar e progredir na vida espiritual”, é preconizada pelo Diretório do Ministério e Vida dos Presbíteros (85).
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