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Gallagher: a caridade é a essência da vida da Igreja

O arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações da Santa Sé com os Estados e Organizações Internacionais, participou da mesa redonda na Assembleia Geral da Caritas Internationalis, e falou sobre os desafios globais do mundo e o papel da Caritas

Irmã Grazielle Rigotti, ascj – Vatican News

O Secretário para as Relações da Santa Sé com os Estados e Organizações Internacionais, Dom Paul Richard Gallagher foi o primeiro a intervir na mesa redonda promovida pela Caritas, em sua Assembleia geral que teve início na última quinta-feira, 11 de maio, com uma audiência privada com o Papa Francisco.

Dom Gallagher iniciou seu discurso relembrando que, de fato, a caridade é “a essência da vida da Igreja”, e agradeceu o trabalho que fazem em todo o mundo, com “grande criatividade e em espírito de caridade evangélica”.

Neste sentido, o Secretário sublinhou que “sua missão entre os pobres contribui para a difusão de uma cultura de cuidado que é central para o Evangelho, levando esperança aos mais frágeis e àqueles que enfrentam situações de grande sofrimento.”

De fato, a atividade humanitária que sempre caracterizou a Caritas Internationalis não é outra coisa senão uma expressão da caridade de Cristo, disse o arcebispo, por isso, ela deve encontrar sua força e sua identidade, que a distinguem de outras organizações sem fins lucrativos ou altruístas bem merecidas; deve cultivar a espiritualidade do serviço para tornar presente nos cinco continentes e em toda situação de crise, violência ou instabilidade política, a mensagem do Evangelho de Cristo, o Bom Samaritano.

“O que "faz a diferença" para os cristãos ativos na "periferia" é sua presença de sua consciência de "ser enviado"”

Assim, no discurso do Secretário para as Relações da Santa Sé com os Estados e as Organizações Internacionais, ressaltou por diversas vezes, fazendo referência também às palavras do Papa Francisco, que o que "faz a diferença" para os cristãos ativos na "periferia" da complexa política internacional é, acima de tudo, sua presença de testemunho e sua própria consciência de "ser enviado" para realizar um trabalho, ou melhor, uma missão, que está fora de seus próprios interesses ou dos interesses de uma região, de um governo e até mesmo da visibilidade e influência de sua própria organização. É sua busca genuína do bem do outro e do bem comum.

Um outro destaque apresentado no discurso do arcebispo foi a necessidade de um testemunho de comunidade e família, diante de um mundo dilacerado pelo individualismo, e tomou como exemplo a própria sinodalidade, sobre a qual a Igreja é chamada a refletir neste momento.

“Isso pressupõe um grau de maturidade, tanto singular quanto institucional, que possibilite sair de uma perspectiva autorreferencial para ver o elemento positivo dos outros que permite um ponto de vista completo. Isso também ajuda a "perder" o senso de protagonismo em benefício de uma missão eclesial mais ampla”, exortou.

Por fim, Dom Gallagher convidou a relembrar, humildemente, que “a Igreja sempre fez grandes coisas com poucos recursos”, a exemplo do testemunho de tantos santos, agradeceu mais uma vez aos presentes e desejou proveitosas discussões.

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12 maio 2023, 10:44