Projeto "Say Yes": um marco na sinodalidade da catequese em Portugal
Vatican News
Chega ao fim, a um mês da Jornada Mundial da Juventude, e após quatro anos, o projeto «Say Yes - aprender a dizer sim». Foi uma experiência de “catequese com adolescentes” que chegou a milhares deles, dos 12 aos 16 anos, e quis ser um “tubo de ensaio” para um novo modo de “fazer catequese com os adolescentes”.
“Em primeiro lugar é tempo de agradecer a todos os que colaboraram na elaboração deste projeto. O balanço é muito positivo face à expectativa inicial. Quisemos ajudar a repensar a catequese em Portugal com um pequeno projeto e surpreendeu positivamente, sobretudo pela adesão de catequistas e catequizandos a este projeto”, explica ao Educris o Padre Tiago Neto, diretor do Setor da Catequese de Lisboa. Para o sacerdote que coordenou o projeto, o “universo simbólico que percorre o Say Yes” permitiu “criar uma ligação aos adolescentes que ainda hoje se sente” e o apoio “da Comissão Episcopal da Educação Cristã foi “determinante” para alargar a iniciativa ao todo do país.
“Tínhamos como foco o desenvolvimento de uma pedagogia de projeto que produzisse uma dinâmica de serviço resultante do processo de adesão a Jesus Cristo por parte dos adolescentes”, diz ele. Com uma boa parte do «Say Yes» realizado em contexto de pandemia, o sacerdote destaca “a relação que se criou com as outras dioceses” e que se revelou “constante ao longo do projeto”:
Com o "Say Yes", o protagonismo foi “dado aos adolescentes” a partir da nomenclatura explicitada pelo Papa Francisco do ‘reconhecer, interpretar, escolher’. “Quisemos que a experiência de oração fosse forte. Que conseguissem conhecer a Palavra de Deus acolhendo-a e que pudessem escolher bem os projetos em que se quisessem envolver. No fundo, menos conteúdos, mas mais aprofundamento do que é tratado. Penso ser um ganho no processo”, reforçou o coordenador.
Num projeto “inspirado na Christus Vivit e na reflexão do Sínodo dos jovens” o ‘Say yes’ quis “dar um cunho vocacional e de projeto de vida à catequese”. “Todos os projetos desenvolvidos em grupo e em comunidade cristã de serviço e de missão implicavam na construção pessoal de um projeto de vida”, recorda o responsável. Em Lisboa, a catequese do Patriarcado realizou um inquérito que mostra, de modo geral, que quem “iniciou o projeto garantiu a continuidade dos grupos”.
“Hoje vemos muitos voluntários, em vários níveis, que estiveram ligados ao ‘Say Yes’ como única catequese que tiveram neste tempo”, alegra-se ele. Para o responsável, um dos sucessos do projeto passou “pela produção de recursos ano a ano” e pelo “acompanhamento quase continuado dos catequistas no terreno”.
Para o futuro, o Pe. Tiago está convicto de que ao catequista cabe “ser artífice, alguém que acompanha de perto os adolescentes, não esquecendo o itinerário, mas percebendo que o que é proposto é o pretexto para a vida vir ao de cima”:
O Secretariado Nacional da Educação Cristã tem já em preparação novos materiais para adolescentes, com os tempos do discipulado missionário e o aprofundamento mistagógico, que devem entrar em funcionamento no início do próximo ano. Na próxima sexta-feira (7), em Fátima, os secretariados diocesanos da catequese vão analisar a proposta para a adolescência no pós JMJ Lisboa 2023.
Colaboração: Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC)
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