13 de agosto, Dia de Oração pela Paz na Península Coreana
De Riccardo Burigana - L'Osservatore Romano
Derrubar os muros de separação: este convite está no centro do dia de oração, organizado novamente este ano pelo Conselho Nacional de Igrejas na Coreia (Cncc), para apoiar os caminhos de paz e reconciliação na região.
O evento é comemorado no dia 13 de agosto, ou seja, no domingo mais próximo ao feriado em que é lembrada a libertação da ocupação japonesa, feriado compartilhado pelas duas Coreias. Este ano, o dia de oração assume um valor particular também porque comemora o 70º aniversário do fim da guerra que criou a situação de divisão e confronto em que vivem os coreanos. O Cncc nascido oficialmente em 1946 (embora as primeiras formas de colaboração ecumênica remontem ao início do século XX), dirige esta iniciativa em primeiro lugar aos cristãos, convidando-os a tornarem-se construtores de paz, segundo os ensinamentos evangélicos, mas, como desde a primeira edição, pretende também envolver todos os homens e mulheres de boa vontade, na convicção de que a paz deve ser construída, a cada dia, com a contribuição de todos, para vencer as feridas deixadas por décadas de conflito.
Os cristãos coreanos, que vivem uma época de crescimento numérico e de raízes profundas no território, enriquecida também pelo anúncio de que a próxima JMJ será em Seul, devem se movimentar para favorecer a reconciliação das memórias, como primeiro passo fundamental para a paz, mesmo que a superação da divisão parece ter se tornado uma utopia. Por isso, no texto preparado pelo Cncc para o dia 13 de agosto, inspirado num trecho da Carta aos Efésios (2, 14), recorda-se que a situação não é fácil porque «o vento de primavera que soprava na Península coreana desapareceu e agora é apenas uma terra cheia de ar frio»; as dificuldades surgem sobretudo do fato de que, diante dos muitos pedidos de paz dos coreanos, o contexto internacional parece ter aceitado como inevitável a situação criada nas últimas décadas. Diante desta situação, na qual a palavra "reunificação" parece ter desaparecido, os cristãos coreanos são chamados a cultivar o que fizeram pela reconciliação e pela paz, sabendo que isso significa tomar "a própria cruz" com a qual enfrentar todo tipo de adversidade. Nisso eles sabem que são espiritualmente apoiados por todos aqueles no mundo que rejeitam a lógica da violência que se manifesta de muitas maneiras.
Nesta perspectiva, as Igrejas recordam a importância do cuidado da criação, como sinal concreto do abandono da lógica do interesse pessoal, a ponto de pedir o fim das políticas governamentais de poluição sistemática do Oceano Pacífico com o derramamento de água contaminada de usinas nucleares. O texto da oração insiste muito no fato de que, além das políticas seguidas pelas duas Coreias, os cristãos coreanos devem comprometer-se pessoalmente e em comunidade a viver a unidade a partir da partilha da missão pela paz na convicção de que falar numa só voz ajude a superar os obstáculos que enfraquecem a paz e a reconciliação. Trata-se de construir um caminho de paz que ultrapasse os confins da península coreana, tendo como objetivo primordial a reunificação da Coreia, pois identifica a oração como o caminho privilegiado para vencer a violência. Ao longo dos anos, o Dia de Oração conquistou o apoio de Igrejas e organizações ecumênicas que descobriram que estão profundamente unidas na ideia de que é na construção da paz que todos os cristãos podem viver a herança espiritual que os une, para testemunhar o mistério da Igreja Una e doar alegria e esperança ao mundo.
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