Peregrinos ucranianos posam com bandeira ucraniana após a Missa na Igreja da Graça, em Lisboa, no dia 3 de agosto (Foto de MIGUEL RIOPA/AFP) Peregrinos ucranianos posam com bandeira ucraniana após a Missa na Igreja da Graça, em Lisboa, no dia 3 de agosto (Foto de MIGUEL RIOPA/AFP)  (AFP or licensors)

Bispo de Donetsk: jovens ucranianos, heróis de um futuro mais digno

Dom Maksym Ryabukha, está em Lisboa com um grupo de jovens, fala da esperança de poder viver em breve o fim da guerra: "São a voz do povo ucraniano e do seu sofrimento, de um povo que quer partilhar com o mundo a própria dor e a trágica realidade que está”.

Svitlana Dukhovych – Cidade do Vaticano

Os jovens que partiram da Ucrânia para a JMJ em Portugal são a voz do povo ucraniano e do seu sofrimento devido a uma guerra injusta, cruel e atroz, sem razão e sem sentido. Estes jovens sentem a voz de um povo que deve falar de si, que quer partilhar com o mundo a sua dor e a trágica realidade que está vivendo, e que procura amigos que os possam acompanhar e que saibam, com a sua voz , para defender os fracos.

Dom Maksym Ryabukha, bispo auxiliar de Donetsk, no leste da Ucrânia, assim fala da presença dos cerca 50 jovens que acompanha em Portugal, apenas uma parte do total de 500 que chegaram de toda a Ucrânia e que inclui também os quinze que se encontraram com o Papa Francisco na manhã desta quinta-feira na Nunciatura Apostólica em Lisboa. Ryabukha, juntamente com os jovens, iniciou a JMJ em 1° de agosto em Fátima, onde muitos deles foram pela primeira vez.

 

O Terço em Ucraniano no Santuário de Fátima

 

“A oração em Fátima foi muito importante para nós – conta o bispo – ouvimos a voz ucraniana. Todos sabemos que Nossa Senhora nos convida a rezar pela paz, pela conversão dos pecadores e nos convida a fazer gestos de mortificação, também precisamente para sermos cooperadores desta paz no mundo”.

No Santuário, quando começamos a rezar o Terço em ucraniano, "sentimos o templo encher-se desta voz que subia ao céu, à Nossa Senhora, pedindo a sua proteção, a sua defesa, a sua ajuda, o seu socorro, para ver o mais breve possível a vitória sobre o mal e a paz, aquela paz que todos nós tanto esperamos".

O pensamento daqueles que foram parados pela guerra

 

É, pois, de Fátima que para estes jovens teve início a Jornada Mundial da Juventude, "um momento de grande fraternidade, de amizade e de reflexão comum, um momento luminoso não só pelo sol de Fátima que aquecia a todos, mas também pelo sentido de comunidade, comunidade cristã, comunidade de Deus, família de Deus”.

Estar em Portugal para participar da JMJ, para estes jovens “é uma grande dádiva”, com o pensamento voltado a todos aqueles para quem a viagem não foi possível, impedidos pela guerra.

"Estamos todos em busca da paz - continua Dom Ryabukha - e realmente acreditamos que o bom Deus está fazendo com que essa paz se aproxime cada vez mais". Este estar em Lisboa, explica, dá a estes jovens segurança na vida, “porque quando sabes que não estás sozinho e sabes que estás acompanhado por Deus, então até os teus passos, os teus olhares, os teus sonhos tornam-se completamente diferentes, tornam-se forte, sólidos e grandes”.

A forte convicção de dom Maksym Ryabukha, em conclusão, é que os jovens que estão na JMJ “serão os heróis de hoje e também do futuro que queremos construir mais belo, mais saudável, mais digno”.

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03 agosto 2023, 13:27