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Pe. Renato Chiera e missionários brasileiros estão em Roma para transformar vidas com o amor de Jesus

"São loucuras que nós fazemos. Imagina eu, com 81 anos, estou aqui, agora, dançando na praça e procurando na rua me debruçar sobre o Jesus que está caído e que precisa de amor", declara o Pe. Renato Chiera, da Casa do Menor, em plena Piazza del Popolo em Roma. Com um grupo de 25 de brasileiros, ele participa da "Missão de Rua", uma integração entre comunidades católicas internacionais que visita escolas, hospitais e prisões nesta semana que antecipa o Dia Mundial das Missões de domingo (22).
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Andressa Collet - Vatican News

O abraço recebido de uma jovem de 18 anos em Fortaleza (CE) salvou a vida de Francisco Nivando. Direto da Piazza del Popolo em Roma, onde se realiza uma das iniciativas do projeto Missão de Rua, o brasileiro da Comunidade Católica Lumen se integra a outras comunidades internacionais para anunciar Jesus a irmãos que possam estar em situação de vulnerabilidade tanto quanto ele estava quando ganhou aquele abraço e foi visto pela sociedade, após 8 anos vivendo em situação de rua e se drogando, devido a abusos vividos dentro do seio familiar. Francisco disse que ele e a irmã foram abusados pelo pai por muito tempo.

Dentro da Lumen, Francisco fez um caminho de recuperação e hoje é missionário da comunidade. Junto com a esposa, são responsáveis por um centro social que acolhe crianças e jovens em situação de vulnerabilidade no Brasil e, através da sua experiência pessoal, procura mudar a história de vida de outras pessoas como ele:

"Deus ele me deu uma oportunidade e mostrou para o mundo que o amor sempre vai vencer, que o amor sempre vence, que a misericórdia d'Ele é muito maior do que o julgamento do homem. E que só o amor transforma, só o amor faz com que as pessoas entendam que temos que ter mais empatia uns pelos outros, que a cultura da indiferença ela tem que ser descartada, temos que ir ao encontro do outro - como fala tanto o nosso Santo Padre: uma Igreja que sai, uma Igreja que toca na carne sofredora que vai ao encontro."

Francisco faz parte do grupo de 25 brasileiros missionários em Roma
Francisco faz parte do grupo de 25 brasileiros missionários em Roma

A Missão de Rua em Roma

O testemunho de vida do brasileiro é apenas um de tantos que estão percorrendo praças, escolas, terminais rodoviários, prisões e hospitais de Roma através de uma iniciativa promovida pela comunidade italiana Novos Horizontes. Durante esta semana, o projeto Missão de Rua com o tema "Viva para algo grande" tem engajado 400 jovens missionários de diferentes partes do mundo para anunciar a alegria salvadora do Evangelho. O Papa Francisco inclusive saudou o grande grupo no Angelus do último domingo (15):

“Eles são bons! Nós os apoiamos com a oração no compromisso deles de ouvir o grito de tantos jovens e de tantas pessoas que precisam de amor.”

Amor que também inspira os líderes das comunidades internacionais como a italiana Chiara Amirante, da Novos Horizontes, que promove a iniciativa em Roma; e os brasileiros Pe. Renato Chiera e Lúcia Inês Cardoso da Silva, da Casa do Menor. Com a iminência do Dia Mundial das Missões no domingo (22), Lúcia fala da integração entre os missionários e as pessoas que encontram diariamente para testemunhar a alegria e a beleza do Evangelho. São cerca de 25 os brasileiros que, além da Casa do Menor e da Lumen, vieram de realidades como da Fazenda da Esperança e Missão Belém.

"Todos que estão aqui são missionários que foram tocados pelo amor de Deus e transformaram as suas vidas. E a língua diferente não atrapalha. A língua do amor fala mais alto do que o alemão, do que o italiano. A língua não nos separa, nos une."

O grupo de missionários na Piazza del Popolo para a Missão de Rua
O grupo de missionários na Piazza del Popolo para a Missão de Rua

A rua é a minha Igreja

O Pe. Renato Chiera, fundador da Casa do Menor, também se lançou para Roma. Aos 81 anos de idade, das periferias das grandes capitais brasileiras veio encontrar o Jesus sofredor pelas ruas de Roma, como ele mesmo conta, porque "o mesmo Jesus que sofre no Brasil, sofre também em Roma. Em comunhão de carismas, todos têm o amor de Jesus presente nesses moradores de rua".

“São loucuras que nós fazemos. Imagina eu, com 81 anos, estou aqui, agora, dançando na praça e procurando na rua me debruçar sobre o Jesus que está caído e que precisa de amor.”

"Estamos aqui para nos unir a esta experiência, mas para nos unir a outros carisma e agradecer ao Papa de ter a coragem de uma Igreja Sinodal. Que nós entendemos o que é isso: nós queremos uma Igreja que caminhe junto. Os carismas não podem ficar cada um por si, se endeusando. Todos devem ser a serviço do reino, a serviço de Deus."

Uma missão que é de rua mesmo, insiste o Pe. Renato Chiera que é italiano, mas já se sente brasileiro por tamanha obra realizada pela Casa do Menor nestes 45 anos de Brasil - e que agora também se estende até a Guiné-Bissau e chega até Roma. O missionário procura transmitir a pedagogia do amor e da presença ao encontrar Jesus nas pessoas não amadas: "a rua é a minha Igreja, o meu sacrário, a minha óstia viva", afirma o padre de rua, ao contar sobre a sua experiência em evangelizar na Europa:

"Eles estão acostumados em ser parados para dar dinheiro. Quando tu fala que não quer dar dinheiro, mas uma coisa muito mais importante, um abraço, dizer que você é importante, é amado por Deus, e que eu vim do Brasil para você, para dizer que eu te quero bem! Nós queremos levar esse amor concreto, essa é a evangelização para mim. Nós estamos acostumados a evangelizar falando, falando de Deus, e não passa nada: mas se você ama, depois tu pode até falar de Deus e eles vão entender."

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19 outubro 2023, 16:20