Frisina: a música é um meio que Deus usa para tocar os corações
Eugenio Bonanata e Giovanni Orsenigo - Cidade do Vaticano
Um raio de luz em meio à escuridão e um respiro de ar puro. Para monsenhor Marco Frisina, diretor do coro da diocese de Roma, esse é o significado da música e da arte, que, especialmente durante a época do Natal, estão no centro de inúmeras iniciativas no calendário de quase todo o mundo. "Interpretar ou escrever música não tem nada a ver com vaidade, exibicionismo ou sucesso", afirmou à Telepace: "A música deve ser feita com o coração, porque é um ato de amor". Como os papas do século XX, em particular, repetiram, a arte eleva o espírito e alimenta a esperança, especialmente quando a realidade ao redor se torna particularmente difícil.
O "toque" elevado da música
"A beleza é um dom e uma expressão de Deus e é também uma forma de contemplar o Senhor", diz novamente monsenhor Frisina, lembrando as recentes intervenções do Papa Francisco sobre o tema das canções que devem ser entoadas com o coração para permanecer em sintonia com a mensagem do Natal. "Não há Natal sem música" e também é "bastante estranho", observa, que um mundo que nega tanto a Deus "celebre o Natal". Mas a música dessa época atinge a todos e, de acordo com o compositor, "é como querer voltar a uma alegria perdida e a uma infância esquecida". Eu, acrescenta Frisina, "sou sempre a favor da música no Natal porque, às vezes, o Senhor também pode usá-la para tocar o coração de um descrente, de uma pessoa violenta, de uma pessoa à margem da sociedade ou de uma pessoa amargurada".
Beleza e solidariedade
Uma carícia, portanto, que pode abrir caminhos inesperados também para quem está passando por dificuldades. Afinal, espanto e admiração foram as características distintivas do Concerto com os pobres e para os pobres realizado na Sala Paulo VI em 15 de dezembro passado, conduzido por monsenhor Frisina e Speranza Scappucci. Não é "apenas um gesto externo", explicou, "solidariedade significa participar do sofrimento". Tudo através do compartilhamento de um dom precioso, que gira em torno da beleza. "Fazer música assim", acrescenta o maestro, "significa dar à música seu objetivo mais verdadeiro". O mesmo se aplica ao tradicional concerto de Natal na Basílica de São João de Latrão, agora em sua 39ª edição, que este ano comemorou o 1700º aniversário da dedicação da catedral. "As comemorações do aniversário", ressalta Frisina, "começaram em 9 de novembro de 2023 e terminarão em 9 de novembro de 2024, e isso representa uma espécie de ano preparatório para o Jubileu".
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