Padre Ricardo Fontana: São José
Padre Ricardo Fontana - Reitor do Santuário Nossa Senhora de Caravaggio
No primeiro sonho de São José, narrado pelo evangelista Mateus 1,18-25, o anjo Gabriel ajuda-o a resolver o drama que o assola quando soube da gravidez de Maria: “Não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. E a sua resposta foi imediata: “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado”. Muitas vezes a vida coloca-nos diante de situações que não compreendemos e que parecem não ter solução. Silenciar nesses momentos significa deixar que o Senhor nos indique o que é justo fazer.
Na verdade, muitas vezes é na silenciosa forma de orar que nos dá a intuição da saída, como resolver aquela situação aparentemente incompreensível. Guarda fiel e providente, é esta a regra geral de todas as graças especiais concedidas a qualquer criatura racional: quando a providência divina escolhe alguém para uma graça particular ou estado superior, também dá à pessoa assim escolhida todos os carismas necessários para o exercício de sua missão. Isto verificou-se de forma eminente em São José, pai adotivo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da rainha do mundo e senhora dos anjos. Com efeito, ele foi escolhido pelo Pai eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria. E cumpriu com a máxima fidelidade sua missão.
Eis por que o Senhor lhe disse: Servo Bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor! (Mt 25). Os primeiros registros de um devocional formal para São José datam do ano 800 e as referências a ele como Nutritor Domini (educador/guardião do Senhor) começaram a aparecer no século IX e continuaram a crescer até o século XIV. Tomás de Aquino discutiu a necessidade da presença de São José no plano da Encarnação, pois, se Maria não fosse casada, os judeus a apedrejariam e que, em sua juventude, Jesus precisava dos cuidados e proteção de um pai humano. Juntamente com a Virgem Maria e o Menino Jesus, José é um dos três membros da Sagrada Família; como ele só aparece nas narrativas de nascimento dos evangelhos, Jesus é retratado quando criança quando estava com ele. A veneração formal da Sagrada Família começou no século XVII por François de Laval. Em 1962, o Papa João XXIII inseriu o nome de José no cânon da missa, após o da Virgem Maria. Em 2013, o Papa Francisco recebeu seu nome nas três outras orações eucarísticas.[37]. No dia da Solenidade da Festa de São José, Esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria, Padroeiro da Igreja Universal, fazemos uma pausa no tempo quaresmal, para exaltar a virtude da humildade do homem bom e justo.
Deus se serve de homens humildes, como São José que foi chamado a missão de ser o pai adotivo do Menino Deus. São José nos ensina o SILÊNCIO que o Papa Francisco pede muito neste tempo quaresmal e na vida em família. São José reconheceu que Deus se fez presente na vida dos humildes e neles realizou o seu plano de amor ao próximo e de vida doada em favor de todos os que reconhecem o Senhor Jesus como Salvador da Humanidade. São José é o modelo para nós de quem acolheu a vontade de Deus sem questionar, com espírito de abertura e de obediência. Jesus, Maria e José são o núcleo primordial da Igreja. Jesus é Homem e Deus, Maria, a primeira discípula, é a Mãe; e José, o guardião. E, “nós sempre nos devemos interrogar se estamos a proteger com todas as nossas forças Jesus e Maria, que misteriosamente estão confiados à nossa responsabilidade, ao nosso cuidado, à nossa guarda” (Patris Corde, 5), como fez São José?
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