Dom Jaime Spengler de Porto Alegre: a preocupação com milhares de desabrigados no RS
Andressa Collet - Vatican News
"Oi, família, eu consegui sair do condomínio: água até o peito, saí um pouco pela água, um pouco de lancha, agora passamos para um caminhão, mas está tudo sob controle", relata em tempo real no domingo (05/05) à tarde, a minha própria irmã, Ariane Collet, ao ser resgatada da sua residência do Bairro São Geraldo, região do 4º Distrito, na zona norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O local foi um dos mais atingidos pela enchente histórica na capital: o maior nível já atingido pelo Rio Guaíba foi registrado na manhã de domingo ao chegar a 5,33 metros. Na manhã desta segunda-feira (06/05), a verificação estava em 5,26m, sendo que o limite para inundação é de 3 metros. Segundo especialistas, o Guaíba deve se manter em cerca de 4m pelos próximos 10 dias.
A preocupação vai além de Porto Alegre
A elevação é consequência das cheias que atingiram o Rio Grande do Sul há exatamente uma semana. Segundo um balanço sempre parcial da Defesa Civil, 83 pessoas morreram, 111 estão desaparecidas e 276 ficaram feridas. Além disso, mais de 141 mil pessoas estão fora de casa: sendo mais de 19 mil em abrigos e outras 121 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 345 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas no Rio Grande do Sul.
Além da proximidade do Papa Francisco neste domingo (05/05), que no Regina Caeli disse rezar pela população afetada pela grande inundação, o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, também tem se demonstrado próximo aos paroquianos de todo o Estado. Ele disse que entrou em contato com alguns párocos, do interior e também da própria capital:
"Aqui, na região metropolitana, nós temos - por exemplo, Novo Hamburgo e São Leopoldo - com praticamente 200 mil pessoas desalojadas. Na cidade de Canoas, nesses dias, foram mais de 15 mil que tiveram que ser tiradas de suas casas. A cidade de Eldorado do Sul praticamente está tomada pelas águas. O prefeito ontem, numa entrevista, dizia: 'a cidade não existe mais'. Aqui na cidade de Porto Alegre, nós estamos praticamente ilhados: não há contato por via terrestre com as cidades da região. E, em algumas regiões, a água ainda continua subindo, embora o Guaíba tenha parado de subir. A diferença de ontem para hoje é de cerca de 10 cm."
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