A comoção de um sacerdote: "a gente é pequeno diante de uma situação gigantesca no RS"
Andressa Collet - Vatican News
Ainda há previsão de chuva para o Rio Grande do Sul nesta semana, o que deixa moradores em estado de alerta diante uma tragédia que continua fazendo vítimas. Dos 497 municípios, 388 já registraram algum problema relacionado às cheias. A Defesa Civil atualizou nesta terça-feira (07/05) os dados das enchentes que assolam o Estado desde 29 de abril: já são 90 mortes, 132 desaparecidos e 361 feridos. E os relatos de quem acompanha de perto aquela que já foi considerada a maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul também chegam do Alto Uruguai gaúcho.
O Padre Paulo César Bernardi, natural de Itatiba do Sul, é pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário do município de Barão de Cotegipe. No final da semana passada, o Rio Jupirangaba que atravessa a cidade transbordou em frente à Igreja Matriz. Mas a pior situação foi vivida pelos paroquianos do interior:
"Aqui na região, em Barão de Cotegipe, a maior perda foi em uma comunidade, totalmente destruída, só sobrou as paredes. Na igreja ficou a imagem do Cristo morto, porque encostou contra a parede e a água não conseguiu puxar para fora. Barra do Rio Azul está totalmente destruída e o drama é que faz 8 meses que a cidade foi destruída pela água e agora ficou pior ainda."
O pároco conta que já viveu outras enchentes, mas não tão violenta como essa que tem assolado o RS, com "cidades totalmente destruídas, famílias perdidas, que não conseguem encontrar familiares, e sem acesso a muitas cidades". Em depoimento ao Vatican News, Pe. Paulo relembra que no sábado (04/05) não consigou conter a emoção diante dos paroquianos:
"Ontem, ao celebrar a missa, me emocionei, chorei. É bastante difícil porque a gente não sabe o que fazer. Quer ajudar, mas a gente é pequeno diante de uma situação gigantesca que assola todo o Rio Grande do Sul."
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