Mais um índio assassinado. Dom Roque: "vergonha para o Brasil"
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
Um índio da etnia Xokleng foi assassinado a pauladas na cidade de Penha, a menos de 40 quilômetros do renomado Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina. O crime ocorreu na primeira madrugada do ano, mas só veio a público nesta quarta-feira (03/01), quando imagens registradas por câmeras de segurança foram divulgadas e entidades cobram o esclarecimento do caso e punição do assassino.
Quem era
A vítima é Marcondes Namblá, um professor que dava aulas em uma escola indígena do município de José Boiteux, no Vale do Itajaí. Formado pelo curso de licenciatura intercultural indígena da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Marcondes era identificado como uma das lideranças de sua comunidade, atuando para preservar a língua Laklãnõ-Xokleng.
O indígena chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu. Uma câmera de monitoramento filmou a agressão, praticada por um homem que estava acompanhado por um cachorro.
Nota de repúdio
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Sul publicou uma nota que pode ser lida aqui.
Para o Presidente da entidade, Dom Roque Paloschi, fazer um comentário sobre o crime é muito difícil, mas em declaração ao Vatican News, mais uma vez, o Brasil aparece no mundo como um país que não respeita os direitos constitucionais de seus primeiros habitantes.
Pedindo agilidade na investigação, Dom Roque clama para que “o Deus da vida nos anime e encoraje a não ficar calados diante de tanta injustiça”.
Lembrando o recente assassinato de um menino indígena no colo de sua mãe, o arcebispo de Porto Velho (RO) adianta ainda que a caravana prevista para Puerto Maldonado, no próximo dia 19 de janeiro, para o encontro com o Papa Francisco, irá em luto.
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