Roraima: Igreja é presença que alimenta a esperança
Cristiane Murray – Boa Vista, Roraima
Desde o final de 2015, Roraima tem recebido um crescente número de imigrantes venezuelanos que ingressam no Brasil pela cidade de Paracaima. Eles fogem da fome, do desemprego e da falta de serviços de saúde no país e sua primeira meta é a capital do estado brasileiro, Boa Vista.
O Município de Boa Vista não está preparado para acolher milhares de pessoas numa imigração considerada ‘intensa, ilimitada e desordenada’ e que as equipes estaduais têm dificuldades para acolher.
Irmã Telma Lage é a religiosa missionária de Nossa Senhora das Dores em Boa Vista, coordena o Centro de Migrações e Direitos Humanos (CMDH) da Diocese de Boa Vista, em Roraima.
Depois de 200 km de caminhada desde a cidade fronteiriça de Paracaima, em que condições chegam estes migrantes e o que encontram na cidade?
“Esta grande massa vem caminhando porque o transporte da Venezuela até Roraima custa aproximadamente 2 salários mínimos venezuelanos e eles não têm dinheiro para pagar. Por isso eles vêm caminhando, arrastando suas malas, carregando suas bagagens e acreditando que podem conseguir ‘dar a volta por cima’. Aqui em Boa Vista temos 2 ginásios que estão servindo de abrigo, mas não comportam a demanda”.
“Chegam com os pés e as pernas muito maltratados. Muitos não vêm com calçado adequado para esta caminhada tão longa”.
“É muito difícil. Aqui em Boa Vista o município não está preparado para esta demanda que chega. O estado não tem infraestrutura, o mercado de trabalho não tem espaço para tantas pessoas, para esta quantidade de mão de obra oferecida. Cai muito a qualidade das ofertas de trabalho, mas eles vão aceitando”.
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