Centro de Migração e Direitos Humanos está no centro da capital de Roraima Centro de Migração e Direitos Humanos está no centro da capital de Roraima 

CMDH de Boa Vista, lugar onde ser ouvido e amado

No Centro de Migrações e Direitos Humanos de Boa Vista (RR), 'os migrantes sabem que em qualquer momento podem ser ouvidos, acolhidos e amados como pessoas', afirma a coordenador, Irmã Telma Lages.

Cristiane Murray – Cidade do Vaticano

Como outros países da América Latina e de outras regiões, o Brasil está recebendo um número crescente de venezuelanos em fuga da crise econômica e da carestia que afeta este país vizinho.

Recessão e migração

A nação que abriga as maiores reservas de petróleo conhecidas do mundo combate uma recessão profunda, desemprego generalizado, e escassez crônica de bens. Além disso, o clima social é tenso e os conflitos entre opositores do governo, apoiadores e policiais são constantes.

Neste contexto cada vez mais grave, está se constatando uma das maiores ondas migratórias da história recente da América Latina. Aos milhares, os venezuelanos estão vindo ao Brasil, passando por Roraima e sua capital, Boa Vista.

Boa Vista, primeira meta

Na cidade, dois ginásios esportivos alojam povos indígenas e não-indígenas, em condições de precariedade total. Ao lado das autoridades locais, que não estavam preparadas para receber e oferecer assistência e infraestrutura, atua o Centro de Migrações e Direitos Humanos (CMDH) da Diocese de Boa Vista, cuja coordenadora é a Irmã Telma Lage, missionária de Nossa Senhora das Dores.

“A gente faz o papel de quem escuta, de quem acolhe, de quem olha no olho. Muitas vezes não temos o necessário para atender; vivemos basicamente de doações e projetos. Por exemplo hoje, no CMDH, não temos alimentos para dar, para oferecer. Mas, é um lugar que eles sabem que são considerados pessoas, são respeitados em sua dignidade. Às vezes, o que temos a fazer é ouvir e chorar juntos e fazemos isso também. Eles precisam de um lugar onde possam saber que em qualquer momento podem ser ouvidos, acolhidos e amados como pessoas que são”.

“Costumamos atender diariamente mais de 100 famílias, na busca de minimizar tanto sofrimento e tanta dor, restaurando alguma dignidade para estas pessoas”

“O CMDH recebe doações de todas as espécies. As doações podem ser feitas direito para o Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Boa Vista, localizado no centro da cidade, na Rua Floriano Peixoto, 302. As pessoas que doam avisam e nós fazemos os encaminhamentos para suprir as necessidades”. 

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02 fevereiro 2018, 09:19