Relatório de “Save the Children” no 7° ano de guerra na Síria
Cidade do Vaticano
Nas áreas “de-escalation zone” da Síria, em que não deveria haver bombardeios, todos os dias pelo menos 37 civis morreram por causa de armas explosivas, desde meados de 2017.
A cada dois dias, uma ambulância é atacada e a cada três dias um agente de saúde é ferido ou morto. Mais de dois milhões de pessoas, metade das quais crianças, continuam vivendo em áreas difíceis de serem alcançadas, sem a possibilidade de receber ajuda humanitária, pois está impedido o acesso a caminhões que transportam alimentos e medicamentos.
Esta é a denúncia de “Save the Children”, organização internacional que desde 1919 luta para salvar a vida de crianças e garanti-lhes um futuro.
O organismo divulgou, nesta terça-feira (13/03), o novo relatório “Vozes das áreas de perigo”, por ocasião do sétimo ano de guerra na Síria.
Save the Children denunciou, graças aos testemunhos no campo de trabalho, o que está realmente acontecendo nas áreas “de-escalation zone”, onde não deveria haver bombardeios e a ajuda humanitária deveria ter acesso livremente.
Dentre elas estão também as áreas de Idlib e Ghouta oriental, onde nos últimos meses se multiplicaram violências e mortes.
Desde o início de 2018 até a metade de fevereiro, somente no leste de Ghouta, “foram mortas mais de 600 pessoas e mais de 2.000 mil ficaram feridas. Na mesma área, mais de 60 escolas foram destruídas ou danificadas pelos bombardeios.
Somente em fevereiro passado, 24 estruturas de saúde foram afetadas pelos bombardeios que continuam sendo perpetrados no leste de Ghouta, provocando a interrupção de serviços para milhares de pessoas que precisam de assistência médica, dentre as quais mulheres grávidas e casos de necessidades graves de cirurgias.
Continua aumentando o número de crianças desnutridas, e os poucos médicos que permaneceram são obrigados a trabalhar em condições difíceis, reutilizando ligaduras em vários pacientes, porque não resta mais nada.
A resolução 2401 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada por unanimidade, em 24 de fevereiro passado, segundo o diretor de comunicação e campanhas de Save the Children, Filippo Ungaro, “foi descaradamente ignorada e violada em poucas horas: ao único veículo de ajuda humanitária que conseguiu ter acesso à área foi retirado a maioria dos suprimentos médicos, antes que fosse entregue".
"Por causa da violência nas áreas circunstantes, os veículos tiveram que partir antes que fossem descarregados. Nove caminhões cheios de mantimentos. Nenhuma criança doente foi evacuada conforme previsto pela resolução. Todas as partes em conflito continuam mostrando um desprezo cotidiano pela vida dos civis e pelo direito internacional".
"As Nações Unidas confirmaram o uso de produtos químicos utilizados como armas em áreas habitadas. Depois de 2.557 dias de guerra, esta é ainda a situação em que as crianças sírias são obrigadas a viver”, concluiu Ungaro.
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