Portugal: saúde mental é "bastante estigmatizada"

Domingos Pinto – Lisboa

‘Psiquiatria e Saúde Mental 100/sem Tabus’, foi o tema do 13.º congresso organizado pelo Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e a Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, que se dedicam à saúde mental em Portugal.

O congresso, que encerrou no passado dia 21 de abril em Lisboa, abordou questões como a patologia psiquiátrica, as abordagens terapêuticas, o estigma, as intervenções na família e sociedade, Hospitalidade, Espiritualidade e as novidades da tecnologia.

“Há muitos mitos associados à doença mental”, e “bastante estigmatização”, diz à VATICAN NEWS a irmã Paula Carneiro, Conselheira regional das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

“Achamos que temos marcado a diferença em Portugal a este nível. Temos estado na vanguarda de uma assistência cada vez mais comunitária e reabilitativa”, diz a religiosa que lembra o Acordo celebrado com o Estado, que está “completamente desajustado à realidade”.

“Vamos tentando fazer pequenos milagres com o pouco dinheiro que nos dão por doente, mas sem essa assistência do próprio governo não conseguiremos dar uma resposta sustentada”, frisa a irmã Paula Carneiro que valoriza os apoios que, entretanto, vão conseguindo na igreja para “sustentar” a sua atividade.

“Unir ciência e humanismo, de fato, é esta marca que queremos diferenciar na nossa intervenção e neste agir quotidiano”, sublinha a religiosa que destaca ainda o testemunho do Papa Francisco.

“É forte, muito forte, muito comprometedor, e é exemplo”, ou seja, “o testemunho de uma igreja de proximidade, uma igreja que foi a igreja preconizada por Jesus Cristo”, diz a Irmã Paula Carneiro.

Em Portugal, o Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus gere e administra 12 estabelecimentos de saúde: 8 no Continente, 2 na Madeira e outros 2 nos Açores.