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Síria: o exército de Assad ocupa Daraa

As tropas governamentais retomaram o controle de Daraa, onde começou a revolta que fez estourar a guerra civil síria há mais de sete anos.

Cidade do Vaticano

Daraa foi reconquistada por Bashar al Assad. Depois de sete anos de combates, o regime de Damasco retomou o controle militar e administrativo de Daraa, cidade onde começou a revolta popular contra o presidente Assad. “A reconquista de Daraa tem um duplo valor: por um lado simbólico e por outro estratégico militar”, explica Luciano Bozzo, professor de Relações Internacionais na Escola de Ciências Políticas da Universidade de Florença.

“Foi em Daraa – acrescenta – que em 2011 começou a revolta contra o regime de Assad e fez estourar a guerra civil síria que continua até hoje. De um ponto de vista estratégico militar é importante porque Daraa está situada na fronteira entre a Síria e a Jordânia, próxima das Colinas de Golan. Portanto a reconquista da cidade permite o restabelecimento de uma proximidade entre o território sírio e o jordano”.

Uma cidade dividida

Daraa encontra-se no sul da Síria, na fronteira com a Jordânia, e em 2011 tornou-se o berço da revolta síria, depois que um grupo de 15 crianças foram acusadas de escrever mensagens anti-governamentais em muros de cidade. Daraa foi uma das cidades mais devastadas desde o início da guerra e até 2012 estava dividida em duas partes: uma sob controle do governo e outra nas mãos dos rebeldes.

A ofensiva militar

Desde 19 de junho passado, o governo sírio, apoiado pelas forças armadas russas, cercou progressivamente a cidade, deixando os rebeldes completamente sitiados. Depois de vários dias de negociações, finalmente se renderam.

Na quinta-feira (12/07), na praça central de Daraa, em uma torre de transmissão, foi hasteada a bandeira nacional, uma área que por muitos anos ficou sob controle dos rebeldes. No entanto nem o exército governamental nem as tropas russas entraram na cidade, mas apenas os emissários russos e delegados do governo sírio, que agora estão supervisionando a entrega das armas por parte dos rebeldes.

Os desastres da guerra civil

Desde 2011 “a guerra na Síria já causou 600 mil mortos”, explica Bozzo, “e praticamente destruiu o país, em algumas regiões deverá ser totalmente reconstruído. Porém, não podemos esquecer que no norte da Síria a guerra continua”. São 13 milhões de deslocados. Além disso, milhares de pessoas sofrem de doenças ligadas à contaminação da água, que falta em várias partes deste território que no verão a temperatura chega a 45 graus e que está destruído por uma guerra ininterrupta. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 210 mil sírios precisam de assistência médica.

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13 julho 2018, 15:36