Camarões: 79 crianças sequestradas em uma escola cristã
Cidade do Vaticano
Entre as pessoas sequestradas na escola cristã presbiteriana no vilarejo de Nkwen, nas proximidades de Bamenda, estão o diretor, um motorista e outros funcionários. A escola funciona como internato misto para crianças de 10 a 14 anos. Os sequestradores não pedem resgate, mas o fechamento da escola, segundo informações do reverendo Samuel Fonki Forba, chefe da Igreja presbiteriana de Camarões. Este ataque recorda o sequestro de centenas de meninas nigerianas por parte dos jihadistas de Boko Haram porém, neste caso os motivos não são de caráter religioso.
A ação faz parte de agressões de grupos separatistas armados desta região anglófona contra o governo central francófono de Yaoundé, que acusam de discriminação. Eles alegam que, como minoria de língua inglesa, são marginalizados pelo governo central francófono.
O sequestro em um vídeo postado nas redes sociais
Os guerrilheiros postaram um vídeo do sequestro dos jovens nas redes sociais, eles se definem “Amba-boys” referindo-se ao Estado de Ambazonia que os separatistas querem constituir nas regiões anglófonas do nordeste e no sudoeste do país. No vídeo, vários jovens sequestrados são obrigados e dizer seus nomes e o de seus pais. Um dos milicianos, dirigindo-se aos reféns, afirma: “Vocês serão libertados quando terminar a nossa luta".
O conflito em Camarões entre francófonos e anglófonos
As duas regiões anglófonas de Camarões, são desestabilizadas por grupos separatistas armados que pretendem proclamar um Estado independente, restaurando assim a “dignidade” de uma minoria que se considera marginalizada pelo governo central.
Camarões, ex-colônia francesa da África ocidental, desde 2016 tem sido palco de vários episódios de violência, quando as duas principais regiões de língua inglesa anunciaram que desejam a separação do resto do país, para formar uma nova nação. Os habitantes de língua inglesa, lamentam que são tratados com discriminação e que recebem menos fundos do governo com relação aos cidadãos francófonos.
O Presidente Biya condenou todas as violências
Os separatistas acusam o governo do presidente Paul Biya, no poder desde 1982, de ataques militares não apenas contra os guerrilheiros, mas também contra os civis. Por outro lado, são acusados de agressões e ataques nos quais morreram membros das forças armadas. Biya, que tem 85 anos e foi reeleito pela sétima vez em setembro deste ano, condenou os “atos de violência” de ambas as partes.
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