Mais solidariedade contra medos e egoísmos
Cidade do Vaticano
O Dia Mundial da Solidariedade Humana comemorado nesta quinta-feira (20/12) foi instituído pela Organização das Nações Unidas em 2005, por ocasião da celebração da primeira década das Nações Unidas para a Erradicação da Pobreza (1997-2006). Com esta ação procura-se ajudar os países pobres a alcançar os objetivos mundiais de desenvolvimento, de forma a construir um mundo melhor e mais seguro para todos.
Neste dia, os governos são recordados dos seus compromissos com os acordos internacionais, sobre a necessidade da solidariedade humana como uma forma de combater a pobreza. As pessoas são incentivadas a debater sobre os meios de promover a solidariedade e a encontrar métodos inovadores para ajudar a erradicar a pobreza e a fome.
Relançar o significado de solidariedade humana
Solidariedade, é muitas vezes uma palavra mal entendida e colocada em discussão. Principalmente em tempos de crises econômicas e transformações sociais e políticas, de conflitos armados em muitos países do mundo, com fluxos migratórios impressionantes e problemas do meio ambiente cada vez maiores.
Stefano Comazzi presidente da AMU – Ação para um Mundo Unido, que há mais de 30 anos promove projetos de desenvolvimento na América Latina, África, Ásia e Oceânia, responde uma entrevista ao Vatican News.
Como relançar o significado da solidariedade humana?
R.- A experiência da solidariedade deve ser uma experiência própria, que se faz, não um conceito abstrato. Começa com os que estão próximo de nós, da nossa casa, no condomínio, na escola onde estudam nossos filhos, no trabalho… Em seguida obviamente se alarga e chega a tocar e envolver pessoas que estão longe de nós. Mas não tem sentido falar de solidariedade, se olharmos apenas para os que estão perto de nós, como a tendência atual nos leva a fazer, que na realidade pode ser uma desculpa, ou então, olharmos somente para os que estão longe, sem olhar nosso vizinho. Substancialmente é uma experiência que nos deve envolver, deve ser um estilo de vida.
Neste sentido é importante, por exemplo, uma vida sóbria, saber exatamente que os recursos que hoje consumimos são subtraídos – provavelmente – de outros povos.
Pensemos somente no coltan que se encontra nos nossos celulares; se pudéssemos imaginar como são as condições de vida das populações que moram na região da República Democrática do Congo, de onde é extraído este mineral – um dos principais exportadores de coltan – são pessoas que vivem em condições realmente dramáticas, é algo que não podemos imaginar, então, talvez estaríamos mais atentos.
Devemos recomeçar a partir da escola?
R. – A escola é muito importante, mas não é suficiente, na minha opinião precisamos de todas as instituições e agências educativas. Creio que seja fundamental que este trabalho parta ou seja feito junto com as famílias. Portanto maior colaboração, maior interação entre as escolas, as famílias, os oradores, as associações esportivas, de modo que os jovens vejam que esta realidade solidária envolve toda a sua vida.
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