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Sudão do Sul. Escola dos Lassalistas para o futuro do país

Há 5 anos a guerra aflige o Sudão do Sul, apenas 5% dos jovens frequenta a escola média e somente um terço da população é escolarizada. Os Irmãos das Escolas Cristãs – Lassalistas - abriram uma escola de ensino médio para 26 estudantes, e tentam conseguir fundos para construir uma nova escola

Cidade do Vaticano

O Sudão do Sul é a nação mais jovem do mundo, independente desde 2011, depois de uma longa e sangrenta guerra com o Sudão do Norte. Mas corre o risco de não ter futuro enquanto que apenas 5% dos jovens, segundo os dados de 2017, se inscreveu no ensino médio.

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São 80 mil estudantes com um índice de evasão escolar de 70%. O país sofre as consequências da incessante guerra civil iniciada em 2013: faltam escolas, professores qualificados e material didático. Menos de um terço da população é escolarizada (27%) e apenas 16% das mulheres sabe ler e escrever. A metade dos sul-sudaneses vivem abaixo da linha de pobreza. A maior parte dos professores não são preparados e não dispõem de material didático adequado. Por causa da guerra, muitas das já insuficientes estruturas escolares foram destruídas ou convertidas para outros usos.

Em abril deste ano, a primeira turma

Nesta dramática situação educacional é impossível formar líderes para o amanhã ou dar um futuro ao país. Por isso os irmãos das Escolas Cristãs, ou Lassalistas como são mais conhecidos, decidiram celebrar seu jubileu, por ocasião dos 300 anos da morte do fundador, São João Batista de La Salle, inaugurando em abril deste ano, em Rumbek, no Estado dos Lagos, uma classe de ensino fundamental e médio para os jovens.

O projeto é em conjunto com as Irmãs de Loreto, que já tinham aberto uma escola de ensino médio feminina, e hoje conta com 300 jovens sul-sudanesas. A primeira turma da nova escola média La Salle conta hoje com 26 estudantes provenientes da Loreto School (que tem creche e educação infantil masculina) e das escolas públicas. Hoje a escola das irmãs de Loreto têm 16 classes de primeiro ao oitavo ano, segundo o programa governamental, com um total de 905 alunos (610 alunos pela manhã e 295 à tarde).

Terreno doado pela população de Rumbek

Os primeiros passos para a abertura da nova escola foram dados pelos Irmãos vindos do Egito, depois uniu-se o frei sul-sudanes Joseph Alak que agora é o novo diretor da nova escola.

Irmão Bill Firman, membro da comunidade La Salle em Rumbek , explica ao Vatican News que o atual objetivo é construir uma nova escola masculina. “Estamos tentando conseguir fundos para construir uma escola a 4 quilômetros da escola das Irmãs de Loreto. A população local doou 48 hectares de terreno e começamos as primeiras obras. No ano que vem teremos duas turmas, primeiro e segundo ano de ensino médio e mais tarde queremos duplicar novamente”. Para garantir uma instrução continuada e de qualidade, os Irmãos farão cursos de formação para os professores de escola média. Graças às características da linha educacional Lassalista, que compreende os direitos das crianças, ajuda para recuperação de traumas e instrução direcionada a uma competência específica, “a escola média La Salle – nos diz irmão Bill – representa um farol de esperança para os jovens e para a comunidade”.

Os Lassalistas pedem ajuda para construir a escola

No Sudão do Sul, prossegue o religioso lassalista “a educação é maior a necessidade. Precisamos formar a próxima geração de líderes do país, com mais instrução, assim o país terá maiores perspectivas. A nossa missão, como Irmãos, é tentar ajudar a trazer a paz a longo prazo no país. A nossa escola em Rumbek é a mais nova no país, e lançamos um apelo, um apelo para que nos ajudem a construí-la, para dar instrução aos meninos, como já recebem as meninas”. A Fundação La Salle Solidariedade Internacional está tentando conseguir fundos para a construção da escola. Todas as informações podem ser obtidas no site www.lasallefoundation.org 

Sem ensino médio o Sudão do Sul não tem futuro

O atual sistema educacional do ensino médio do Sudão do Sul não funciona de modo eficiente. O baixo número de inscritos nas escolas médias tem efeitos profundamente negativos para o futuro econômico e social do país. Isso é claramente demonstrado pelo baixo número de trabalhadores sul-sudaneses qualificados e formados em setores como hotelaria, construção civil ou contabilidade. O futuro do Sudão do Sul depende do melhoramento dos padrões educativos e de um compromisso a longo prazo para formar os líderes de amanhã. De fato, sem estudantes no ensino médio, quem serão os professores das próximas gerações no Sudão do Sul?

A maior parte dos habitantes sem acesso à água potável

Para entender a dramática situação do Sudão do Sul, é suficiente saber que cerca de 80% da população vive de agricultura e pecuária de subsistência, mas embora tenha água suficiente no Estados dos Lagos, a maior parte das pessoas não têm acesso à água potável. Outro problema é a contaminação das águas, que piorou a situação sanitária que já era precária. As estradas não são pavimentadas e os fundos do governo destinados ao desenvolvimento do setor civil são desviados para fins militares, por causa da guerra civil. Não existe transporte público e os deslocamentos são mínimos por causa das condições das estradas e principalmente pela falta de segurança. Na época das chuvas, entre julho e dezembro a situação piora e tudo fica bloqueado.

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27 dezembro 2018, 09:06