Mediterrâneo está se tornando 'cemitério de migrantes' Mediterrâneo está se tornando 'cemitério de migrantes' 

Naufrágio no Mediterrâneo: "Antes de tudo, salvar vidas em perigo"

Comunidade de Santo Egídio pede mais humanidade aos governantes, propõe intervir nos países de origem da migração e criar ingressos regulamentados para integrar os migrantes na Europa.

Cidade do Vaticano

A primeira tragédia de 2019 com mortes nas rotas do mar Mediterrâneo aconteceu sexta-feira (18/01), quando um bote sobrecarregado de migrantes naufragou a 50 milhas da costa da Líbia: 117 pessoas morreram afogadas, segundo informações da Organização Internacional das Migrações (OIM) na Itália.

Flavio di Giacomo, porta-voz da OIM na Itália, informou que três pessoas foram resgatadas pela marinha italiana, transportadas para a ilha de Lampedusa, na Itália, e hospitalizadas. Os sobreviventes revelaram que nenhum dos migrantes no barco inflável usava coletes salva-vidas.

Muitos migrantes não se podem dar ao luxo de comprá-los, já que representam um custo adicional ao da travessia.

Entre os mortos, estão cerca de dez mulheres, uma delas grávida, e duas crianças. A maioria é proveniente da Nigéria, de Camarões, Gâmbia, da Costa do Marfim e do Sudão.

A nota da Comunidade de Santo Egídio

“Não se pode ignorar isso, seja por humanidade – que deveria ser de todos – seja pela tragédia destas pessoas. Diante de um fenômeno de proporções tão grandes, a União Europeia deveria colocar de lado as pequenas discussões e avançar com propostas amplas, que possam contrastar eficazmente os traficantes de seres humanos”: é o que afirma, em nota, a Comunidade de Santo Egídio.

“Antes de tudo, é preciso salvar quem está em perigo, não apenas nos mares mas também no deserto e em campos de detenção na África. Em segundo lugar, é preciso intervir com inteligência, e de forma consistente, nos países de proveniência da imigração, reforçando a paz e criando trabalho, a começar pelos jovens. Em terceiro lugar, é urgente também pensar no ingresso regulamentado – como os ‘corredores humanitários’ em caso de guerras – porque favorecem a integração, que é a única resposta humana, econômica e socialmente sustentável ao fenômeno da migração, que certamente nos acompanhará nos próximos anos”.
 

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20 janeiro 2019, 09:22