Núncio Dom Waldemar Sommertag visita prisioneiros políticos na Nicarágua Núncio Dom Waldemar Sommertag visita prisioneiros políticos na Nicarágua 

Núncio visita prisioneiros políticos na Nicarágua

O arcebispo Waldemar Stanislaw Sommertag, núncio apostólico na Nicarágua, visitou detentas e detentos da Penitenciária Nacional Jorge Navarro, conhecida como “La Modelo”, para encontrar os prisioneiros políticos

Cidade do Vaticano

Na segunda-feira, 11 de março, 16 detentos da Penitenciária Nacional Jorge Navarro, conhecida como “La Modelo” na Nicarágua puderam exprimir suas preocupações e esperanças a Dom Waldemar Sommertag, núncio apostólico no país. Segundo o comunicado da Agência Fides, o bispo teve uma “conversa pessoal, sincera e aberta” com todos, recordando “a importância da oração para sentir a proximidade de Deus com os corações cheios de confiança e animados pela busca da verdadeira paz”.

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A situação política ainda em impasse

No entanto a situação política no país ainda continua em crise. As negociações entre o governo e a oposição ainda não retomaram completamente, após quase um ano do início das manifestações que já causaram a morte de mais de 325 pessoas e a recessão da Nicarágua.

Na segunda (11/03) uma missão da Organização dos Estados Americanos, OEA chegou a Manágua, na esperança de favorecer a negociações iniciadas em 27 de fevereiro. Os delegados da Aliança Cívica para a Justiça e a Democracia, que reúne empresas, sociedade civil, agricultores e estudantes, suspenderam sua participação e para voltar à mesa de negociações pedem a libertação incondicionada de centenas de prisioneiros políticos, o fim da repressão contra os opositores e a retomada da liberdade de imprensa e de manifestações.

Enquanto isso o presidente Ortega comunicou que exclui a possibilidade de eleições antecipadas, pede a suspensão imediata das sanções internacionais impostas à Nicarágua e promete a “a libertação dos detentos que se enquadram em fatos delituosos ocorridos a partir de abril de 2018 que não foram ainda julgados”, enquanto que para os que já foram processados “seus casos serão reexaminados”.

Solidariedade aos bispos

A Agência Fides refere também que recebeu mensagens de solidariedade pela posição da Conferência Episcopal da Nicarágua, que decidiu não participar das negociações. Os sacerdotes da diocese de Granada, por exemplo, quiseram exprimir publicamente o apoio à Conferência emitindo uma nota: “Agradecemos os nossos pastores pela proximidade, o testemunho e a fidelidade ao trabalho profético neste momento histórico no nosso país”, diz o comunicado, “queremos sublinhar o exemplo de comunhão com Deus, entre vocês e com o povo, sempre atentos à justiça, à verdade, à liberdade, à paz e ao bem comum”.

As origens da crise

As revoltas, iniciadas em abril passado e duramente reprimidas, iniciaram quando a Frente Sandinista de Libertação Nacional decidiu modificar o sistema previdencial, aumentando os impostos com o objetivo de conter a crise financeira. Os protestos, inicialmente limitados, intensificaram-se até se tornarem uma verdadeira rebelião contra o governo de Daniel Ortega, no poder desde 2007. Além das vítimas, registram-se também mais de 600 prisioneiros políticos.

 

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12 março 2019, 15:41