Afeganistão: atentado em festa de casamento, pelo menos 63 mortos
Cidade do Vaticano
Pelo menos 63 pessoas foram mortas e 182 ficaram feridas no atentado suicida perpetrado no sábado à noite em Cabul, no Afeganistão, durante uma festa de casamento. Entre as vítimas se encontram mulheres e crianças. Foi o que informou o Ministério do Interior afegão.
A reivindicação do EI e as reações políticas
O Estado Islâmico no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ataque, enquanto o presidente Ashraf Ghani se disse "devastado pela notícia do atentado suicida". O chefe do executivo, Abdullah Abdullah Abdullah, condenou veementemente o "ataque cruel e desumano". Os Talibãs, por outro lado, negaram o seu envolvimento neste massacre. "Cometer tais assassinatos deliberados e brutais e atingir mulheres e crianças não tem justificação", tuitou um de seus porta-vozes. "É igualmente doloroso ver o mundo fechar os olhos, o sofrimento insuportável do nosso povo nas mãos de terroristas é amplamente ignorado além fronteiras," disse o chefe da segurança nacional Rafi Fazil.
A dinâmica do ataque
A explosão ocorreu dentro de um salão de festas na parte oeste da capital por volta das 22h30, horário local. Testemunhas oculares disseram à agência Ansa que o agressor suicida detonou seus explosivos entre os convidados dentro do local. Os casamentos costumam reunir várias centenas de pessoas em grandes complexos nos arredores de Cabul, onde são servidas refeições e onde homens e mulheres, geralmente separados em duas salas diferentes, dançam ao som de uma banda.
Mais de 3.000 civis mortos em 2018
As Nações Unidas revelaram que julho foi o mês mais sangrento desde maio de 2017, com mais de 1.500 civis mortos ou feridos em todo o país. Em 2018, 3.804 civis perderam a vida, incluindo 900 crianças.
Novas esperanças de negociações
O ataque de sábado ocorre quando a população afegã, exasperada pela violência indiscriminada, espera em um acordo entre os Estados Unidos e os talibãs que abriria o caminho a conversações de paz entre o governo afegão e o grupo islâmico. De acordo com algumas fontes dos EUA, citadas pela France Presse, um acordo poderia ser iminente, mas alguns pontos ainda devem ser resolvidos. O enviado especial Zalmay Khalilzad, chefe da equipe de negociação dos EUA, poderia regressar à região nos próximos dias para prosseguir ou mesmo concluir as negociações. O acordo prevê a retirada gradual dos 14 mil soldados norte-americanos em troca da promessa de que as milícias islâmicas se comprometam a impedir que o Afeganistão se torne um refúgio para os “jihadistas”.
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