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Sobe para 80 mil número de crianças deslocadas na Síria

Desde 9 de outubro no nordeste da Síria, foram mortas 5 crianças e feridas 26. Duas mil conseguiram atravessar a fronteira e buscar refúgio no Curdistão iraquiano.

Segundo as últimas estimativas,  o número de crianças deslocadas desde 9 de outubro no nordeste da Síria aumentou para 80.000. 5 crianças foram mortas e 26 feridas. Segundo o UNICEF, cerca de 2.000 crianças chegaram à região do Curdistão no Iraque, atravessando a fronteira em Sahela e Al-Waleed e agora estão no campo de Badarash em Dohuk. Muitos viajaram por dias e precisam de apoio psicossocial.

Os agentes do UNICEF estão na fronteira e trabalham com parceiros e o Departamento de Saúde para fornecer água, alimentos terapêuticos prontos para uso, kits de higiene e vacinas contra a poliomielite e o sarampo.

Uma equipe móvel para a proteção infantil está na fronteira em Sahela para fornecer apoio psicossocial e responder aos casos mais urgentes. Até o momento, nove crianças desacompanhadas foram identificadas, seis delas foram reunidas com suas famílias, duas famílias foram localizadas, enquanto um caso ainda está sendo tratado.

No campo de Badarash, o UNICEF está vacinando crianças, fornecendo apoio psicossocial e trabalhando para identificar e fornecer orientação para crianças e mães que necessitam de cuidados especializados.

 

O fornecimento de água para a cidade de Al-Hasakeh foi restabelecido na segunda-feira, graças a reparos realizados por parceiros locais na rede elétrica da estação de água de Allouk no último sábado. A organização forneceu 16.000 litros de combustível que serão usados ​​para os geradores de energia caso a corrente elétrica voltar a ser interrompida.  

A estação de água de Allouk - que normalmente abastece 400.000 pessoas com água, atualmente opera com apenas  50% de sua capacidade normal. Somente metade dos poços (15 em 30) que abastecem a estação estão operacionais. A outra metade está em áreas atingidas pela violência em curso. A eletricidade nos poços deverá ser restaurada para permitir seu funcionamento. O UNICEF apoiará o trabalho dos parceiros para restaurar esses 15 poços o mais rápido possível.

O suprimento de água para a cidade de Al-Hasakeh é de cerca de 70 a 80% em comparação com os níveis anteriores à crise. Um terço do abastecimento de água da cidade provém de fontes alternativas de água, como a estação de água Al-Himme. Se a estação Allouk não retornar totalmente funcional ou se não chover muito, esse suprimento de água não poderá continuar por mais de um mês. As equipes de reparo precisam de acesso contínuo ao Allouk para restaurar a capacidade máxima.

É importante que nenhum outro dano seja causado à estação de água, pois afetaria mais de 200.000 crianças.

Mais uma vez é lançado um apelo a todas as partes envolvidas no conflito para que interrompam os ataques à infraestrutura civil e ao redor dela, incluindo instalações de água no nordeste da Síria e em todo o país.

Médicos Sem Fronteiras

 

Também os Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão presentes na região ajudando as pessoas que fogem do conflito no nordeste da Síria em direção ao Iraque, acolhendo e fazendo uma avaliação das necessidades de saúde mental no campo de Bardarash, no Curdistão iraquiano.

Mais de 5.300 pessoas cruzaram a fronteira entre Síria e Iraque desde o início do conflito, com mais de 500 recém-chegados por dia nos últimos seis dias, a maioria deles provenientes de Ras-Al-Ayn e Qamishli.

 

"Depois que os combates começaram no nordeste da Síria, imediatamente avaliamos vários locais ao longo da fronteira com o Iraque, entre os quais locais de acolhida e acampamentos onde soubemos que os refugiados seriam alojados. Nesses casos, avaliamos as infraestruturas dos locais e os serviços disponíveis, e coordenamos com outros agentes e autoridades locais para definir e implementar o mais rápido possível as atividades necessárias mais importantes para as pessoas que chegam", disse Marius Martinelli, coordenador de MSF da região.

 Atualmente, as equipes dos MSF administram duas clínicas móveis que fornecem atendimento médico básico, primeiros socorros psicológicos e triagem nutricional e estão se preparando para um possível aumento nas pessoas que chegam.

"No local em que trabalhamos, estão chegando pessoas em condições de saúde relativamente aceitáveis. Até o momento, não identificamos feridos de guerra e, no geral, as condições nutricionais de crianças e adultos estão dentro dos padrões. Mas detectamos pequenos problemas de saúde, principalmente relacionados à longa viagem à pé feita por essas pessoas. Entre estes problemas aqueles relacionados à pele, infecções respiratórias, diarreia e dores generalizada. A maioria das pessoas visitadas por nossas equipes de saúde mental apresentou sinais de depressão e ansiedade".

Para dar uma ideia do fluxo contínuo de pessoas deslocadas na região, o campo de Bardarash havia sido aberto em 2014 para receber pessoas que fugiam do ISIS em Mosul. Em 2018, o campo foi fechado porque seus habitantes haviam retornado a Mosul relativamente calma, mas agora foi reaberto para acomodar pessoas que fogem da Síria.

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22 outubro 2019, 18:38