República Democrática do Congo: depois do Ebola, luta contra o Covid-19
Andrea De Angelis – Cidade do Vaticano
Mal deu tempo de curar o último paciente e já aparece no horizonte um novo desafio. A República Democrática do Congo não esconde as feridas pela epidemia de Ebola, mas nem mesmo o orgulho com o qual conseguiu resolver um possível tsunami sanitário. Ao contrário, com relação a alguns anos atrás o número de médicos e estruturas hospitalares aumentou e agora se preparam para uma nova batalha. Desta vez devem enfrentar a pandemia de Covid-19 que já chegou ao continente africano.
Temores pelo coronavírus
O primeiro caso remonta à semana passada. Por enquanto, há cerca de trinta casos somente na capital Kinshasa, que está fazendo os últimos esforços para derrotar o vírus de Ebola. Segundo a OMS, são necessários pelo menos outros 20 milhões de dólares para vencer esta batalha e enfrentar a pandemia que está se espalhando por todo o continente. Como prevenção a situação no país tem melhorado, há centros de controle da temperatura corpórea em muitas regiões das fronteiras. Também são dadas muitas orientações para lavar as mãos, mas é evidente que diante do Covid-19 o temor da população e das instituições cresce com o passar das horas.
As medidas tomadas
Nesta semana o presidente da República Democrática do Congo, Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo falou à nação comunicando que o país adotará as seguintes medidas: suspensão de voos provenientes de países a risco coronavírus, controles nas fronteiras, quarentena de 14 dias para os casos suspeitos. Além disso, foram fechadas as escolas por um mês, suspensos os cultos, atividades esportivas, serviços de bar e restaurantes e funerais.
A conferência episcopal
Em uma declaração de quinta-feira, 19 de março, a Conferência Episcopal Nacional da República Democrática do Congo (CENCO) pede aos cidadãos para “tomarem consciência de que a pandemia de Coronavírus é perigosa como a epidemia de Ebola”, evidenciando que “uma resposta eficaz só será possível se foram adotadas as medidas de restrição indicadas pelas autoridades”. Por isso dizem os bispos, “convidamos todos a respeitarem as normas porque o comportamento de cada um será vital para todos”. Os bispos congolenses acrescentam que a Igreja tomará todas as medidas de segurança solicitadas, e na conclusão da mensagem os bispos confiam o país ao Senhor e à Virgem Maria”.
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