Os 75 anos da libertação do campo nazista de Bergen-Belsen: para não esquecer
Cidade do Vaticano
Em 15 de abril de 1945, quando as tropas do general inglês Bernard Montgomery entraram no campo de concentração Bergen-Belsen, na Baixa Saxônia, viram imagens chocantes. Encontraram 60 mil prisioneiros, na maioria judeus, muitos em fim de vida ou em graves condições de saúde, mas também milhares e milhares de corpos não sepultados ou amontoados dentro dos pavilhões ou ao seu redor. Foram necessárias várias semanas para sanear toda a área, durante as quais morreram 13 mil prisioneiros, muito debilitados para sobreviver.
Os horrores e os terríveis abusos no campo nazista
A descoberta do campo de Bergen-Belsen, por parte dos aliados, depois de Auschwitz descoberto em 27 de janeiro de 1945 pelas tropas russas, foi um grande choque para a opinião pública mundial, principalmente na Grã-Bretanha e Estados Unidos, onde a imprensa deu grande destaque às imagens e aos filmes que documentavam de modo inequívoco os horrores que aconteciam dentro dos campos de prisão e de concentração nazistas. Abusos que já tinham sido denunciados, mas foram arquivados, ou não acreditados por motivos de oportunidade bélica.
70 mil vítimas do ódio racial e do desprezo do inimigo
No campo de concentração Bergen-Belsen, estima-se que morreram entre 1943 e 1945 cerca de 50 mil internos, dos quais mais de 35 mil de tifo nos primeiros cinco meses de 1945. A grande maioria dos prisioneiros eram judeus da Boêmia e da Morávia e poloneses, mas também criminosos comuns, prisioneiros políticos, ciganos, testemunhas de Jeová e homossexuais. A esta dramática conta devem ser somados os milhares de prisioneiros de guerra, mortos entre 1940 a 1943, entre os quais 20 mil soldados soviéticos.
As duras condições de detenção dos prisioneiros de guerra
O campo de Bergen-Belsen foi aberto em 1940, com o nome de Stalag 311 ou Stalag XI-C, como campo de prisioneiros de guerra, franceses, belgas, italianos e principalmente russos, na maioria mortos pelas duras condições de detenção. Depois, em abril de 1943 foi colocado sob a direção das SS e subdividido em suas seções, residencial e detentiva. O campo residencial era destinado aos prisioneiros judeus que deveriam ser trocados com civis alemães no exterior: de 14.700 judeus que chegaram ao campo entre 1943 e 1944, apenas 2.560 foram libertados por troca de prisioneiros.
Apenas um forno crematório e muitas fossas comuns
O campo de detenção era também de referência para outros campos, entre os quais Auschwitz-Birkenau, de onde por causa do colapso do front de guerra oriental, chegavam cada vez mais prisioneiros, até a super lotação do início de 1945: faltava comida e água potável e as pessoas morriam por causa de doenças e desnutrição. Com apenas um forno crematório os corpos eram jogados em fossas comuns. Em março de 1945 morreram 18 mil pessoas. Até que, duas semanas depois chegaria a salvação com os aliados, impedindo que a tragédia acontecesse a todos.
Entre as vítimas Ana Frank, símbolo do ódio anti-semita
Entre as vítimas deste campo está Ana Frank, que se tornou o símbolo do ódio anti-semita. Veio do campo de Auschwitz-Birkenau de onde foi transferida no final de 1944, ali foi infectada pelo tifo e morreu entre fevereiro e março de 1945, com apenas 15 anos, poucos dias depois de sua irmã, Margot.
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