Caritas Internationalis: ações corajosas para enfrentar os efeitos da pandemia
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
As consequências da pandemia de Covid-19 podem “ser ainda mais perigosas e mortais que o próprio vírus, especialmente nas comunidades mais vulneráveis que vivem nos países mais pobres”. Por isso, é necessário que a comunidade internacional realize ações “corajosas e imediatas”, como a suspensão de sanções econômicas dos países, o suporte às organizações de inspiração religiosa para a assistência humanitária e o provimento de recursos aos mais vulneráveis, deslocados internos e refugiados.
Uma emergência atípica
O pedido é feito pela Caritas Internationalis que, através de um comunicado, enfatiza como o lockdown na Europa, nos Estados Unidos, na China e no Japão tenha “paralisado a economia global, que agora está fortemente comprometida”. “Estamos cientes de estar diante de uma emergência atípica em que os países que normalmente estão entre os maiores doadores, são aqueles mais afetados pelo vírus”, afirma o secretário-geral da organização católica, Aloysius John, “mas devemos estar conscientes que usar o apoio internacional para responder às necessidades nacionais não representa a solução justa”.
230 milhões de pessoas correm risco de passar fome
Segundo o World Food Program, de fato, o número de pessoas que correm o risco de passar fome no mundo pelas consequências da pandemia poderia chegar até 230 milhões de pessoas. Na África, por exemplo, falta comida e muitos países ainda sofreram com inundações, estiagem, invasões de gafanhotos e colheitas escassas.
Migrantes e refugiados
Entre as categorias mais suscetíveis estão os migrantes, os deslocados internos, os refugiados e os repatriados, como aqueles na Venezuela. A situação é particularmente crítica quando se trata de migração irregular, porque “não se enquadra em nenhuma das categorias que podem receber ajuda”.
As propostas da Caritas Internationalis
Com esse panorama geral, a Caritas exorta, então, a suspensão das “sanções econômicas contra a Líbia, o Irã, a Venezuela e a Síria para poder consentir a importação de remédios, equipamentos médicos e bens de primeira necessidade para a população”. Além disso, solicita às organizações de inspiração religiosa o fornecimento de “meios necessários para responder às necessidades urgentes causadas pela pandemia, implementando programas de microdesenvolvimento, capazes de garantir a segurança alimentar às comunidades mais pobres, bem como a assistência humanitária, sanitária e em dinheiro”. Enfim, pede o provimento de “recursos adicionais para apoiar as comunidades mais vulneráveis para que sobrevivam durante este período de lockdown” e a garantia do “acesso a serviços essenciais para os deslocados internos e refugiados, incluindo o acesso aos campos de refugiados”.
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