Interrupção da gravidez Interrupção da gravidez 

O fim não justifica os meios

É importante lembrar que “não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar.... , desde que o arrependimento seja sincero”.

Luís Eugênio Sanábio e Souza  - escritor

Desde o primeiro século, o Magistério da Igreja Católica reprovou o aborto, porque “a decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom” (Papa São João Paulo II: EV nº 57). De fato, a história atesta que o escrito cristão extrabíblico mais antigo (denominado "Didaké", do século I), afirma: "Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido" (Didaké 2,2).  Este ensinamento é imutável e por isso permanece invariável ao longo da história bimilenar da Igreja. A Igreja Católica sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. "Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão "latae setentiae"," isto é, automática (Código de Direito Canônico: cânon 1398).  Na Igreja, a finalidade da pena de excomunhão é tornar plenamente consciente da gravidade de um determinado pecado e, consequentemente, favorecer a adequada conversão.  A Igreja não ignora o fato de que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso. Nem sempre a decisão de abortar é tomada por egoísmo ou comodidade. Claro que tal dramaticidade nunca pode justificar o aborto, porque ele é um ato em si mesmo injusto.  Sem querer negar a influência que têm as circunstâncias e sobretudo as intenções sobre a moralidade, a Igreja ensina que existem atos que, por si e em si mesmos, independentemente das circunstâncias, são sempre gravemente ilícitos, por motivo do seu objeto. São os atos que, na tradição moral da Igreja, foram denominados “intrinsecamente maus” (intrinsece malum): são-no sempre e por si mesmos, ou seja, pelo próprio objeto, independentemente das posteriores intenções de quem age e das circunstâncias.  Assim, não é permitido praticar um mal (matar o feto inocente) para que dele resulte um bem (beneficiar a mãe). A Bíblia ensina que o fim não justifica os meios : “Façamos o mal, para vir o bem.  Desses, é justa a condenação" (Epístola aos Romanos 3,8).

Lembro do testemunho de Madre Teresa que sempre combateu o aborto. Ela dizia: "A mãe que pensa em abortar deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que machuque seus planos, ou seu tempo livre, a fim de respeitar a vida de seu filho. Por meio do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata seu próprio filho para resolver seus problemas. Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto. Vamos insistir para que cada criança não seja indesejada, mal amada, mal cuidada ou morta e jogada fora. Doe-se até que se machuque com um sorriso." (Santa Madre Teresa de Calcutá).

É importante também lembrar que “não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar com segurança seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero” (Catecismo da Igreja Católica nº 982).  

 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

04 setembro 2020, 09:05