A Covid-19 intensificou ainda mais a insegurança alimentar A Covid-19 intensificou ainda mais a insegurança alimentar 

ONU diz que insegurança alimentar está “a um nível não visto há décadas”

Celebra-se nesta sexta-feira, 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação. Segundo as Nações Unidas, mais de 130 milhões de pessoas estão na iminência de passar fome até o final deste ano.

Vatican News

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “em um mundo de fartura, é uma afronta grave que milhões de pessoas vão para a cama com fome todas as noites.”

Em mensagem para o Dia Mundial da Alimentação, marcado esta sexta-feira, 16 de outubro, o chefe da ONU lembra que “a pandemia da Covid-19 intensificou ainda mais a insegurança alimentar, levando a um nível não visto há décadas.”

Secretário-geral da ONU fala a propósito da fome no mundo

Crise

Mais de 130 milhões de pessoas estão na iminência de passar fome até o final deste ano. Nesse momento, 690 milhões de pessoas já não têm o que comer.

Ao mesmo tempo, mais de 3 bilhões de pessoas não têm dinheiro para fazer uma dieta saudável.

Guterres lembra ainda a entrega do Prêmio Nobel da Paz deste ano ao Programa Alimentar Mundial (PAM), dizendo que “reconhece o direito de todas as pessoas à alimentação e nossa busca comum para alcançar a fome zero.”

Aniversário

Em 2020, celebra-se o 75º aniversário da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

Guterres diz que a Comunidade internacional deve aproveitar a data para “intensificar os esforços para alcançar a visão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”

Segundo ele, “isso significa um futuro onde todos, em qualquer lugar, tenham acesso à nutrição de que precisam.”

O secretário-geral convocou para setembro do próximo ano, à margem da Assembleia Geral, uma Cúpula de Sistemas Alimentares para inspirar ações em direção a essa visão.

Prioridades

António Guterres destacou três necessidades que o mundo precisa cumprir.

Primeiro, tornar os sistemas alimentares mais resistentes à volatilidade e aos choques climáticos. Depois, garantir dietas sustentáveis ​​e saudáveis ​​para todos e minimizar o desperdício de alimentos. E, por fim, construir sistemas alimentares que forneçam meios de subsistência decentes e seguros para os trabalhadores.

O chefe da ONU afirma que a Comunidade internacional tem “o conhecimento e a capacidade de criar um mundo mais resiliente, justo e sustentável”.

Segundo ele, neste Dia Mundial da Alimentação, todos devem assumir o compromisso de “Crescer, nutrir e sustentar. Juntos”.

Desnutrição

Segundo a FAO, nesse momento, mais de 2 bilhões de pessoas não têm acesso regular a alimentos seguros, nutritivos e suficientes. A população global deve atingir quase 10 bilhões em 2050.

A desnutrição em todas as suas formas, como deficiências de micronutrientes, sobrepeso e obesidade, custa cerca de 3,5 trilhões de dólares por ano à economia global. 

Hoje, apenas nove espécies de plantas respondem por 66% da produção total de alimentos, apesar de haver pelo menos 30 mil plantas comestíveis. A FAO diz que é preciso cultivar uma variedade de alimentos para nutrir as pessoas e sustentar o planeta.

Aproximadamente 14% da produção alimentar são perdidas a cada ano entre as fases de cultivo ou criação e até chegar ao mercado. Mais alimentos são desperdiçados nos estágios de varejo de alimentos e consumo.

Segundo a FAO, mais de 3 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à internet e a maioria delas vive em áreas rurais e remotas. A agência diz que os pequenos agricultores precisam de maior acesso a financiamento, treinamento, inovação e tecnologia para melhorarem seus meios de subsistência.

Fonte: ONU News

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16 outubro 2020, 13:44