Noite de terror em Viena, mortos e feridos na capital
Gabriella Ceraso, Andrea De Angelis, Silvonei José – Vatican News
Na noite anterior ao início do lockdown, previsto para esta terça-feira, a capital austríaca, Viena, tornou-se um banho de sangue. Por volta das 20 horas de ontem (hora local) foram disparados os primeiros tiros, perto da sinagoga, e depois foram atingidas outras cinco áreas. Viena está sob ataque, nos meios de comunicação social os primeiros vídeos mostram cenas cruentas, que recordam o ataque em Paris em 2015 contra Charlie Hebdo. Até o momento, são quatro as vítimas civis, sete feridos graves. Também foi morto um dos agressores, a quem o ministro do Interior, Karl Nehammer, definiu simpatizante do Estado Islâmico. Na manhã desta terça-feira, o governo austríaco reiterou o seu apelo aos vienenses para não deixarem as suas casas e para não irem absolutamente ao centro da cidade. Fechadas as escolas e as estações centrais do metrô. Fechadas as sinagogas em toda a Áustria. "Rezo pelas vítimas" e pela forças policiais envolvidas nestes trágicos acontecimentos, escreve num tuíte o arcebispo da cidade, cardeal Christoph Schönborn, e para que cesse o derramamento de sangue.
Os fatos
Os ataques tiveram início às 20 horas desta segunda-feira no centro de Viena. Os primeiros tiros foram disparados perto da sinagoga Stadttempel, mas o ataque depois se expandiu para "seis cenários" diferentes, todos no centro da cidade. A polícia disse que um agressor morreu, mas outros ainda estão em fuga, "armados" e "perigosos". Nesta manhã, o ministro do Interior Karl Nehammer disse que pelo menos um dos agressores ainda está em fuga. Ainda não é claro se os "seis cenários do crime" são o resultado de um ataque coordenado, ou de diversos ataques dos mesmos agressores em fuga. O agressor morto pela polícia usava, como antecipado pela mídia, um cinto com explosivos, mas Nehammer informou que era falso. Entretanto, a República Tcheca iniciou os controles de fronteira, enquanto além dos pontos de controle com as forças especiais do exército, todos os edifícios públicos foram colocados sob vigilância.
Os testemunhos
"Os agressores começaram a disparar aleatoriamente nos locais", testemunhou o prefeito de Viena, Michael Ludwig, à TV Orf. "Os agressores atiraram contra as pessoas que se encontravam no jardim de um bar", disse ao Kurier, o rabino Schlomo Hofmeister, que vive num apartamento em frente à sinagoga da cidade. De acordo com o seu testemunho, "o autor avançou na direção de Hoher Markt e da igreja de São Ruperto " e teria disparado contra as pessoas que estavam sentadas no jardim de um bar em Judengasse e Seitenstettengasse, mas "não apontou diretamente para a sinagoga", que, todavia, estava fechada. Há também numerosos testemunhos nas redes sociais de cidadãos que destacam como o ataque teve lugar na hora do jantar, na última noite antes do “lockdown”. "As ruas do centro estavam cheias de gente, devido à temperatura amena", lê-se em numerosas mensagens nas redes sociais.
Solidariedade
O chanceler austríaco Sebastian Kurz falou de "um ataque terrorista repugnante" e "a Áustria - disse - não será intimidada". Unânime a perplexidade e a condenação internacional. "Chocado e comovido", disse em um tuíte o Alto Representante para a Política Externa da União Européia, Josep Borrell: "Um ato covarde de violência e ódio. Os meus pensamentos vão para as vítimas e suas famílias e para os cidadãos de Viena. Estamos a seu lado". "Não há lugar para o ódio e a violência na nossa casa comum europeia. Proximidade ao povo austríaco, às famílias das vítimas e aos feridos", tuitou o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte. O Presidente francês Emmanuel Macron também escreveu num tuíte: "Nós, franceses, partilhamos o choque e a dor do povo austríaco atingido esta noite por um ataque no coração da sua capital, Viena. Depois da França, é um país amigo a ser atacado. A nossa Europa. Os nossos inimigos devem saber com quem estão mexendo. Não nos renderemos". As reações também provêm dos concorrentes à Casa Branca: "Devemos permanecer unidos contra o ódio e a violência", escreveu Joe Biden, e Donald Trump salienta que "estes ataques malignos contra pessoas inocentes devem parar. Os Estados Unidos estão lado a lado com a Áustria, França e toda a Europa na luta contra os terroristas”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui