Bispos do Mali: "Não à tomada do poder fora do processo legal”
Vatican News
"Os Bispos do Mali, conscientes da necessidade de um executivo forte e de um exército reconciliado e fortalecido, condenam fortemente a tomada do poder fora do processo legal", afirmam em uma mensagem recebida pela Agência Fides. "Condenamos veementemente a atual crise resultante de cálculos pessoais muito longe das preocupações da população e dos interesses do Mali", diz a Conferência Episcopal.
Em 24 de maio, o Presidente de transição Bah N'Daw, seu Primeiro Ministro Moctar Ouane e vários outros oficiais foram presos e levados para o acampamento militar de Kati, perto de Bamako. As prisões aconteceram logo após a nomeação de um novo governo, cuja composição foi duramente negociada por mais de uma semana. Na noite de 27 de maio, o Presidente e o Primeiro Ministro foram libertados pelos golpistas militares, mas não foram reintegrados em seus respectivos postos. O Coronel Assimi Goïta, que se diz ser o líder dos golpistas, assumiu "até nova ordem o cargo de Presidente da transição".
"Golpe no golpe"
Segundo a imprensa local, o novo golpe militar, o segundo em nove meses, é um "golpe dentro de um golpe", provocado por divisões internas dentro da liderança militar que derrubou o então presidente Ibrahim Boubacar Keïta (conhecido como IBK) em agosto de 2020. O medo é que possam ocorrer confrontos entre os próprios militares. É por isso que os Bispos esperam um "exército reconciliado". "A população está enfrentando várias dificuldades devido a problemas de segurança, saúde e as difíceis condições sócio-econômicas", sublinham os Bispos. "Os trabalhadores estão reivindicando seus direitos através de uma grande greve; o país está passando por uma transição política negociada com grande dificuldade e toda a comunidade internacional está tentando trazer o país de volta ao caminho da democracia".
Os Bispos apelam ao "diálogo construtivo para pôr fim à crise atual e propor uma trégua social" e pedem a intervenção divina "para nos ajudar a construir um Mali de paz e fraternidade". Que Deus dê a nossos líderes e a todos os cidadãos a sabedoria e a consciência necessárias para buscar, antes de tudo, o bem comum".
"Que o Senhor, por intercessão da Virgem Maria, Nossa Senhora de Mali, conceda a nossa nação de continuar sua marcha em verdade, harmonia, prosperidade, justiça e paz", concluem.
(Fonte: Agência Fides)
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