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Afeganistão: enviado dos EUA ao Catar para negociações com talibãs

Em busca de uma solução política no Afeganistão, onde os talibãs continuam a avançar. Este é o objetivo da missão diplomática confiada ao enviado dos EUA para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad. Riccardo Redaelli: é pouco provável que a iniciativa diplomática tenha sucesso.

Amedeo Lomonaco e Giancarlo La Vella – Vatican News

A via política continua sendo o único caminho que pode levar "à estabilidade e ao desenvolvimento no Afeganistão". Isto é o que o Departamento de Estado dos EUA enfatiza em uma nota, especificando que o enviado dos EUA ao Afeganistão está a caminho de Doha, Catar, com o objetivo de fazer com que os talibãs parem sua ofensiva militar e concordem em negociar um acordo político.

"A intensificação da ofensiva militar dos talibãs, que está causando vítimas civis de ambos os lados e supostas violações dos direitos humanos, é muito preocupante". "Zalmay Khalilzad, emissário do Departamento de Estado dos EUA, estará em Doha para ajudar a implementar uma resposta internacional conjunta à rápida deterioração da situação no Afeganistão", acrescenta a nota.

Alarme Unicef

No terreno, enquanto isso, os talibãs estão recuperando o controle do Afeganistão a um ritmo mais rápido do que o esperado. O Pentágono admitiu que as coisas "não estão indo na direção certa". Os talibãs, que lançaram uma ofensiva em larga escala para coincidir com a conclusão da retirada das tropas estrangeiras, controla cinco das nove capitais de província no norte do país. Os confrontos também foram registrados em outras áreas do Afeganistão. Pelo menos 27 crianças foram mortas nas últimas 72 horas durante o avanço dos talibãs em três províncias do sul e leste do país. O número de mortes está piorando a cada hora. Somente em julho, segundo a ONU, "mais de mil pessoas foram mortas ou feridas" em "ataques indiscriminados contra civis" nas províncias de Herat, Helmand e Kandahar.

Uma negociação difícil

Segundo Riccardo Redaelli, professor de Geopolítica e História e Instituições Asiáticas da Faculdade de Ciências Políticas e Sociais da Universidade Católica da Itália, neste momento de sucesso militar, é muito difícil para os talibãs aceitarem mediar em uma situação em que são favorecidos no terreno.

Outro risco que se corre é o de uma emergência humanitária cada vez mais grave. Se os talibãs conquistassem centros importantes, como Mazar-i-Sharif ou Herat, haveria um movimento maciço de refugiados saindo do Afeganistão", diz Redaelli. Pode haver milhões de pessoas tentando chegar à Europa. Mas a impressão é que esta emergência também atraia a atenção da comunidade internacional.

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10 agosto 2021, 14:37