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Foto de arquivo: sul-sudaneses celebram a independência do país mais jovem do mundo, em 2011 (AFP) Foto de arquivo: sul-sudaneses celebram a independência do país mais jovem do mundo, em 2011 (AFP)

Sudão do Sul: incerteza e violência difusa, enquanto se espera uma visita do Papa

Em sua visita ao Sudão do Sul, realizada de 21 a 23 de dezembro, o secretário vaticano das Relações com os Estados, dom Gallagher, sublinhou o "grande apoio a uma visita do Santo Padre" ao país africano e não descartou a possibilidade uma viagem do Pontífice durante 2022. "Certamente não existe um momento perfeito", acrescentou o arcebispo, dada a situação de incerteza e instabilidade que o país vem experimentando há muitos anos, "mas devemos seguir adiante em todo o processo de discernimento"

Vatican News

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A situação no Sudão do Sul, país mais jovem do mundo (formado como tal somente em 2011, após a independência do Sudão, ndr), permanece muito incerta. Além dos desafios abertos do "Acordo Revitalizado para a Resolução do Conflito no Sudão do Sul" de setembro de 2018, há novos problemas a serem enfrentados, tais como as tensões contínuas em muitos lugares do país, onde a população vive em constante temor por suas vidas e pelas de seus entes queridos.

"Em algumas áreas - informa a missionária comboniana Elena Balatti - há situações de violência generalizada que levam à morte de civis, do rebanho e ao uso contínuo de abusos e ao desrespeito aos direitos humanos. Há episódios de violência intercomunitária com ataques entre populações vizinhas que se tornam inimigas. O Sudão do Sul precisa resolver seus antigos problemas, o acúmulo de ódio e ressentimento. O Sudão do Sul precisa de paz."

Um sinal de paz após meses de sérios confrontos

Neste contexto, chega com um certo alívio a notícia de que a liderança da área administrativa de Pibor tenha escolhido devolver centenas de cabeças de gado precedentemente roubadas do povo de Akobo, em um gesto de boa vontade e de distensão. A notícia chega como um sinal de paz após meses de sérios confrontos entre as etnias Nuer de Akobo e Murle de Pibor.

"A restituição é um ato de justiça reparadora que esperamos que ponha fim a um ciclo de violência e uma ótima maneira de desejar a todos um Feliz Ano Novo", explica a religiosa comboniana à agência missionária Fides.

Eventual visita do Papa Francisco ao país africano

Neste contexto, à margem de sua visita a Juba, capital do Sudão do Sul, realizada de 21 a 23 de dezembro, o secretário vaticano das Relações com os Estados, dom Paul Richard Gallagher, sublinhou o "grande apoio a uma visita do Santo Padre" ao país africano e não descartou a possibilidade uma viagem do Pontífice durante 2022.

"Certamente não existe um momento perfeito", acrescentou o arcebispo inglês, dada a situação de incerteza e instabilidade que o país vem experimentando há muitos anos, "mas devemos seguir adiante em todo o processo de discernimento".

Durante a visita, dom Gallagher encontrou-se com as autoridades políticas e religiosas do país e manteve conversações com o Presidente da República, Salva Kiir, a quem confiou o interesse contínuo e a proximidade do Santo Padre ao povo sul-sudanês, para que a paz e a estabilidade possam chegar em breve. De sua parte, o presidente assegurou que nunca mais levará o país novamente à guerra.

País vem sofrendo série de enchentes sem precedentes

Deve-se notar que o quadro geral no Sudão do Sul tem sido agravado por uma série de enchentes sem precedentes. Pelo terceiro ano consecutivo desde 2019, o país passou por inundações recorrentes desde maio passado que atingiram mais de 620 mil pessoas em dez estados da nação africana.

“As enchentes destruíram fazendas e gado, submergiram prédios escolares e centros de saúde e forçaram muitas famílias a fugir. A insegurança alimentar da população é agravada pelo fato de a entrega de ajudas ter sido seriamente atrasada devido as infraestruturas terem sido seriamente danificadas pelas enchentes.”

A irmã missionária Elena Balatti informa que, após o grave ataque do qual foi vítima o bispo eleito de Rumbek, padre Christian Carlassare, MCCJ, aguarda sua ordenação episcopal este ano, embora nenhuma data tenha sido anunciada até o momento.

(com Fides)

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05 janeiro 2022, 15:06