Ucrânia. Acnur: "discriminação inaceitável contra negros em fuga"
Vatican News
"A guerra na Ucrânia e a consequente devastadora crise humanitária também apresenta desafios e oportunidades para um compromisso e diligência contínuos na luta contra o racismo e a discriminação". É o que afirma esta segunda-feira, 21 de março, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
Realidade inaceitável de alguns negros que fogem da Ucrânia
Grandi denuncia "a realidade inaceitável enfrentada por algumas pessoas negras que fogem da Ucrânia - e de outras guerras e conflitos no mundo inteiro - que não recebem o mesmo tratamento dos refugiados ucranianos".
"Elas relatam episódios inquietadores de discriminação, violência e racismo. Estes atos de discriminação são inaceitáveis e estamos utilizando todos os nossos canais e recursos para garantir que todas as pessoas sejam protegidas igualmente", continua Filippo Grandi.
Mais de seis milhões de deslocados internos na Ucrânia
"Durante as últimas quatro semanas, o mundo tem assistido incrédulo. Inúmeras vidas foram perdidas enquanto milhões de outras foram completamente transtornadas. Mais de três milhões de pessoas foram forçadas a fugir de seu país e se tornaram refugiados, e estima-se que mais de seis milhões de pessoas estão deslocadas internamente dentro da Ucrânia."
Ao mesmo tempo, também tem havido muita solidariedade, mas "devemos assegurar que a responsabilidade global compartilhada seja reforçada para todos os refugiados, independentemente de sua proveniência", enfatiza ele.
Opor-se ativamente ao racismo e à discriminação racial
"Embora milhões de pessoas do mundo inteiro tenham justamente se comovido diante da situação extrema do povo ucraniano, as mesmas dificuldades - a mesma dor e tristeza; a mesma perda e angústia; o mesmo alívio em encontrar segurança e a apreensão sobre um futuro incerto - são vividas por refugiados do mundo inteiro que também e igualmente merecem nossa compaixão, empatia e apoio", afirma.
"Podemos - e devemos - elogiar a solidariedade, mas também condenar resolutamente atos de discriminação e preconceito." O antirracismo, continua o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, "significa identificar e opor-se ativamente ao racismo e à discriminação racial".
(com Sir)
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