Família Real britânica anuncia a morte da Rainha Elizabeth II
Vatican News
A Família Real britânica anunciou a morte da Rainha Elizabeth II, que ocorreu no Castelo de Balmoral, a residência escocesa da família Windsor. Ao seu lado estavam os quatro filhos, o príncipe Charles, com a esposa Camila, Andrew, Anne e Edward, e ainda o neto William, a quem se juntou o príncipe Harry.
A preocupação dos médicos
A notícia do agravamento da saúde da Rainha Elizabeth foi quase repentina, após apenas dois dias que uma foto oficial do Palácio de Buckingham mostrou o seu sorriso quando ela encontrou Liz Truss. Elizabeth, 96 anos, a soberana mais antiga do Reino Unido e a monarca mais idosa do mundo, vinha sofrendo de "problemas episódicos de mobilidade" há vários meses. Na manhã desta quinta-feira (8), de acordo com uma nota do Palácio, os seus médicos haviam expressado preocupação, recomendando que ela fosse mantida sob supervisão médica o tempo todo.
A mensagem do Rei Carlos III
Amanhã, o Conselho de Sucessão se reunirá para proclamar o nome do novo monarca, príncipe Carlos. "A morte de minha amada mãe" - escreve o novo soberano numa mensagem - é um momento de grande tristeza para mim e para todos os membros da minha família". "Eu sei que sua morte será profundamente sentida em todo o país, no reino, na Comunidade e por várias pessoas no mundo." "É reconfortante a consciência do afeto e respeito sentidos pela rainha", acrescenta ele.
Welby: profunda gratidão pela dedicação ao seu reino
Muitas mensagens de proximidade e oração chegaram nas últimas horas a Balmoral, antes e depois da notícia de sua morte. Primeira de todas a do arcebispo de Cantuária, Justin Welby, que através do twitter assegura suas orações e aquelas da nação e de toda a Igreja da Inglaterra. Mensagens semelhantes vieram da nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, que foi nomeada ao cargo pela rainha na terça (6); do líder da oposição do país, Keir Starmer; e dos chefes locais de governo da Escócia e do País de Gales, Nicola Sturgeon e Mark Drakeford. A tradicional cerimônia de troca da guarda foi interrompida no Palácio de Buckingham, enquanto a BBC mudou a sua programação para transmitir notícias atualizadas sobre a saúde da soberana.
O arcebispo de Cantuária, Justin Welby, imediatamente uniu-se ao choro da nação, da Commonwealth e de todo o mundo em oração pelo Rei e pela Família Real para que Deus lhes dê conforto. "Perdemos a pessoa cuja lealdade inabalável, serviço e humildade nos ajudaram a dar um sentido ao que somos em décadas de mudanças extraordinárias", disse ele, unindo a dor à profunda gratidão pela extraordinária dedicação da Rainha ao seu reino. O arcebispo recorda os tempos da pandemia em que incutiu esperança, o momento de luto pela perda de seu cônjuge em que mostrou coragem e resiliência, sempre colocando os outros em primeiro lugar, como sinal de uma "profunda fé cristã" vivida todos os dias com confiança e amor a Deus. O legado que a soberana deixa é extraordinário, sublinha o arcebispo, que com uma recordação pessoal ligada às muitas ocasiões de encontro, cita a clareza de pensamento, a capacidade de escuta atenta, a mente investigadora, o humorismo e a extraordinária gentileza que - diz ele - "sempre me deixaram a consciência da bênção que ela foi para todos nós".
Nichols: a Rainha, luz que brilha nossa história
O cardeal Vincent Nichols, presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e País de Gales, também homenageou a soberana logo após a notícia de sua morte. A Rainha Elizabeth II "sempre será uma luz que brilha em nossa história. Que ela agora descanse em paz. Numa declaração, ele disse que estava de coração partido pela dor e admirado pela forma como o "serviço" de Elizabeth à nação foi feito, como prometido em sua juventude. Uma vida, a de Rainha, que representou um dom e foi marcada todos os dias pela "fé cristã". "Para mim", disse a soberana na Mensagem de Natal do Milênio, "os ensinamentos de Cristo e minha responsabilidade pessoal diante de Deus constituem uma estrutura na qual procuro conduzir minha vida. Eu, como muitos de vocês, senti grande conforto em tempos difíceis das palavras e do exemplo de Cristo."
As condolências das autoridades do mundo
A Grã-Bretanha deve se unir para apoiar e oferecer "lealdade e devoção" ao Rei Carlos III. Foi o que disse a primeira-ministra, Liz Truss, em seu discurso fora de Downing Street. A Rainha Elizabeth II foi, disse ela, "a rocha na qual a Grã-Bretanha moderna foi construída, o próprio espírito da Grã-Bretanha". Truss também falou do "enorme choque para a nação e para o mundo" devido à morte d soberana. O presidente dos EUA Joe Biden também lembrou a Rainha como uma "mulher de Estado pela dignidade e constância incomparáveis". "Num mundo em constante mudança, ela foi uma presença estável e uma fonte de conforto e orgulho para gerações de britânicos. As sete décadas de seu reinado histórico testemunharam uma era de progresso humano sem precedentes e a marcha para a frente da dignidade humana." Na Casa Branca, as bandeiras estão a meio mastro como sinal de luto. O presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, em mensagem, define Elizabeth II como "uma figura de importância excepcional que entra para a história". Ela será lembrará "pela sabedoria influente e pelo mais alto senso de responsabilidade, expresso sobretudo na generosidade de espírito com que a soberana consagrou sua longa vida a serviço dos cidadãos britânicos e da família mais ampla da Commonwealth".
70 anos de reinado
Elizabeth II é a rainha da Grã-Bretanha e de mais de uma dúzia de outros países desde 1952, incluindo Canadá, Austrália e Nova Zelândia. No início deste ano, em junho, ela celebrou seus 70 anos de reinado com quatro dias de celebrações nacionais.
A Rainha e os Papas
96 anos e 5 Papas saudados pessoalmente. A Rainha "inaugurou" a série com João XXIII. Era o ano de 1961 e a Igreja se preparava para o Concílio Vaticano II. Passaram-se 19 anos até o encontro com João Paulo II, em 1980. Os dois se encontraram novamente na Inglaterra em 1982 e novamente no Vaticano no ano 2000. Dez anos depois, Bento XVI saudou a monarca na Escócia em setembro de 2010, por ocasião da viagem apostólica ao Reino Unido. Menos de quatro anos depois, em abril de 2014 a Rainha veio ao Vaticano para uma audiência com o Papa Francisco. O último da série. Mas não só, Elizabeth encontrou também o Papa Pio XII em 1951 quando a futura Rainha era ainda Princesa de Gales.
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