Francisco reza pelos feridos e quase 200 mortos em partida de futebol na Indonésia
Andressa Collet, Fausta Speranza - Vatican News
O Papa Francisco se mostrou próximo aos envolvidos numa tragédia na Indonésia que matou pelo menos 182 pessoas neste sábado (1), no estádio de Malang, na província de Java Oriental, na Indonésia. A mensagem do Pontífice veio após a oração do Angelus deste domingo (2):
De acordo com a mídia local, os torcedores do Arema FC invadiram o campo depois que sua equipe perdeu por 3-2 para o Persebaya Surabaya. Os policiais tentaram convencê-los a voltar às arquibancadas, soltando gás lacrimogêneo. Seguiu-se, então, um tumulto generalizado e um esmagamento impressionante. Também houve confusão e danos significativos fora do estádio.
A intervenção do presidente
O chefe de Estado da Indonésia, Joko Widodo, ordenou uma revisão do plano de segurança para os jogos de futebol. O ministro dos Esportes e da Juventude, o chefe da polícia nacional e o chefe da Associação de Futebol da Indonésia receberam a ordem de "conduzir uma avaliação completa", garantiu Widodo em uma declaração para a TV.
Dramáticos precedentes
Há muitos incidentes em vários estádios ao redor do mundo que terminaram em tragédia. Alguns se distinguem pelo alto número de vítimas. Entre eles: no Peru, em 24 de maio de 1964, 320 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas durante as eliminatórias olímpicas da partida entre Peru e Argentina no Estádio Nacional de Lima.
Na Escócia, em 2 de janeiro de 1971, 66 pessoas morreram no estádio Ibrox durante um clássico entre Rangers e Celtic. Foi o segundo desastre do estádio, após o colapso de uma arquibancada em 1902, que havia ceifado 26 vidas. No Egito, a primeira tragédia ocorreu em 17 de fevereiro de 1974: 48 pessoas morreram e 47 ficaram feridas quando 80 mil pessoas se amontoaram em um estádio com capacidade para 40 mil pessoas.
Na Rússia, em 20 de outubro de 1982, no final de uma partida da Copa Uefa entre o Spartak Moscou e a equipe holandesa Haarlem, no Estádio Luzniki, 66 pessoas morreram, 45 delas eram adolescentes. De acordo com o jornal Sovietski Sport, o número de mortos, porém, foi de 340. Na Inglaterra, em 11 de maio de 1985, 56 pessoas foram mortas vítimas de um incêndio nas arquibancadas de madeira durante uma partida entre Bradford e Lincoln City.
Na Bélgica, em 29 de maio de 1985, 39 pessoas morreram no estádio Heysel, em Bruxelas, quando os torcedores da Juventus tentaram fugir dos torcedores de Liverpool. De novo na Inglaterra, em 15 de abril de 1989, uma multidão nas arquibancadas do estádio de Hillsborough, em Sheffield, resultou na morte de 97 torcedores durante a semifinal da Copa FA entre a equipe de Liverpool e Nottingham Forest. Na Guatemala Em 16 de outubro de 1996, cerca de 80 espectadores perderam a vida depois de serem esmagados por torcedores que haviam se aglomerado num camarote no Estádio Nacional Mateo Flores para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1998 entre Guatemala e Costa Rica.
Na África do Sul, em 13 de janeiro de 1991, 40 pessoas morreram durante o jogo Orlando Pirates-Kaizer Chiefs. Na França, em 5 de maio de 1992: 18 mortos e mais de 2.300 feridos quando um terraço desabou no estádio Furiani na Córsega. A África do Sul viveu novamente uma segunda tragédia em 11 de abril de 2001: 43 pessoas perderam a vida no estádio Ellis Park de Johannesburg durante uma partida entre os Piratas de Orlando e os Chefes Kaizer. Em Gana, em 9 de maio de 2001, 126 pessoas morreram em Acra no final de uma partida entre Hearts of Oaks e Kumasi, quando os torcedores de Kumasi, enfurecidos com a derrota de sua equipe, atiraram balas e quebraram cadeiras. A polícia atirou granadas de gás lacrimogêneo. Seguiu-se uma fuga mortífera.
Segunda tragédia no Egito em 1º de fevereiro de 2012, desta vez no estádio de Port Said: 74 mortos após confrontos entre torcedores rivais do clube local Al-Masry e do Al-Ahly do Cairo. Em Camarões, em 24 de janeiro de 2022: 8 pessoas foram mortas e outras dezenas ficaram feridas em uma fuga antes da partida da Copa Africana das Nações entre os anfitriões Camarões e as Comores, em Yaoundé.
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