Iraque: refugiados cristãos recebem ordem de despejo em Bagdá
Vatican News
Tiveram que fugir em 2014 de Mosul e das cidades da planície de Nínive no norte do Iraque. Haviam abandonado suas casas e todos os seus bens diante do avanço das milícias jihadistas do autodenominado Estado islâmico (Daesh). Haviam encontrado refúgio em Bagdá, dentro e ao redor de um prédio no bairro de Zayouna, no que desde então ficou conhecido como o Campo de refugiados da "Virgem Maria".
Agora, a tirá-los com uma ação de despejo de suas precárias acomodações residenciais são os apetites comerciais dos empresários e os planos de desenvolvimento urbano da capital iraquiana. Mais de 120 famílias cristãs receberam nos últimos dias a ordem de deixar o complexo que as abriga. A determinação foi emitida pela Diretoria de Investimentos em Bagdá. A justificativa para o ato refere-se ao fato de que um centro comercial deve ser construído na área.
A solidariedade e proximidade do patriarca caldeu Sako
Dias atrás, o patriarca caldeu Louis Raphael I Sako havia visitado o complexo da Virgem Maria – situado num terreno de propriedade do Estado - para mostrar sua proximidade com as famílias deslocadas e assumir suas preocupações, agora que o ano escolar começou e o inverno está se aproximando.
"O cardeal iraquiano – informam fontes oficiais do Patriarcado Caldeu - também fez contato com as autoridades políticas nacionais "para adiar a evacuação por pelo menos um ano ou para encontrar uma alternativa adequada a fim de acomodar essas famílias."
Eleição do novo presidente e formação do novo governo
Em 13 de outubro, um ano após as últimas eleições gerais, o Parlamento iraquiano conseguiu eleger o curdo Abdel Latif Rashid, de 78 anos, para o cargo de Presidente da República. Rashid obteve 162 votos contra os 99 que foram para Barham Saleh, em fim de mandato.
Assim que foi eleito, o novo presidente encarregou Mohammed Shia' Soudany para formar o governo. Rashid, candidato da União Patriótica do Curdistão, nasceu em Sulaymaniyya. Ele foi anteriormente Ministro da Irrigação. O primeiro-ministro por ele nomeado é um expoente da ala pró-iraniana dos partidos xiitas iraquianos.
Tensões políticas levaram o país à beira da guerra civil
Na longa fase de impasse político que se seguiu às eleições, as tensões entre os seguidores do imame xiita Mouqtada Sadr - à frente da coalizão que assegurou a maior parte das cadeiras no Parlamento - e os milicianos dos partidos pró-iranianos haviam empurrado o Iraque de volta à beira da guerra civil.
(com Fides)
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