Líderes mundiais do G20 na Indonésia buscam soluções para os problemas do mundo
Luca Collodi - Bali (Indonésia) – Vatican News
Ontem, terça-feira e hoje quarta-feira, a Cúpula do G20 em Bali vê a Indonésia no papel de país anfitrião de um encontro entre os chefes de Estado e de governo dos países desenvolvidos e emergentes em um mundo marcado pela guerra na Ucrânia e pelas tensões entre a China e os EUA. O presidente russo Vladimir Putin não compareceu, enquanto o presidente ucraniano Zelensky estará remotamente coligado a convite da presidência indonésia, embora a Ucrânia não faça parte do G20. Enquanto isso, realizou-se o primeiro encontro entre o presidente dos EUA Joe Biden e o seu homólogo chinês Xi Jinping. O objetivo dos EUA é "identificar áreas de cooperação" sobre questões substantivas, particularmente econômicas, nas quais os dois países possam trabalhar em direção a soluções comuns. Entre as questões econômicas em pauta estão o desafio energético e um fundo, proposto pelo Secretário do Tesouro dos EUA, para ajudar os países a se prepararem para possíveis emergências sanitárias futuras. Rússia, convida o G20 a tratar de questões socioeconômicas e não a ampliar a agenda para a paz e a segurança. O líder indonésio, Joko Widodo, que lidera a Indonésia desde 2014 e é o presidente rotativo do G20, se propõe como mediador no conflito russo-ucraniano para oferecer espaços de diálogo reforçados pela neutralidade da Indonésia, um país de maioria muçulmana caracterizado pela coexistência de diferentes credos religiosos.
A crise russo-ucraniana
"Hoje a Ucrânia luta pela sua independência, pela liberdade e pelo seu lugar no mundo", diz Serhiy Kiral, vice-prefeito de Lviv à Rádio Vaticano - Vatican News. "Estar aqui significa ser o porta-voz do meu país para falar e discutir com os líderes do G20, trazendo a questão da Ucrânia para um contexto internacional de alto nível. Sem a Ucrânia não pode haver paz no mundo". O choque com a Rússia tem raízes históricas", continuou ele, "Talvez sejamos um dos povos do mundo que mais querem a paz neste momento, mas sabemos que devemos alcançar uma paz justa". Estamos aqui também para agradecer aos países que nos ajudam, além da ajuda que recebemos da Igreja com a Caritas'.
O G20 dos líderes religiosos
Duas encíclicas do Papa Francisco, Laudato sì, sobre a defesa da Criação, e Fratelli tutti, sobre a fraternidade humana, são dois documentos que - sublinharam os participantes do "Fórum Religião 20" organizado na véspera do G20 - inspiraram a organização da cúpula com o primeiro encontro de representantes de religiões de vários países. Os líderes questionaram que contribuição eles podem dar para ajudar a resolver os problemas do mundo. Apontando como instrumentos de trabalho a harmonia, a fraternidade, a convivência e a cooperação solidária, que não é apenas o acesso e a utilização de fundos econômicos, mas também o uso de tecnologia que deve ter como objetivo a criação de um mundo mais justo e solidário".
O B20 dos valores
O G20 de Chefes de Estado e de Governo que começou ontem, terça-feira também foi precedido pelo "Fórum Trihita Karana", promovido por representantes de associações e movimentos da sociedade civil, tanto seculares como religiosos, incluindo Scholas Occurrentes da Argentina, que colocou valores no centro dos trabalhos, relançando a pessoa como protagonista do crescimento econômico. Em particular, foi enfatizado o acesso à educação e à formação profissional para todos, com investimentos em desenvolvimento tecnológico e digital justo e acessível, especialmente para os jovens dos países pobres.
Os jovens do mundo
Na Indonésia a 'harmonia' é uma filosofia de vida que coloca o homem em relação com Deus e com a natureza, o caminho para a felicidade. Os organizadores do G20, com esses encontros que precederam o trabalho dos chamados "grandes" da Terra, quiseram dar um forte sinal ao estabelecer que o G20 não é apenas uma reunião dos políticos poderosos do mundo, mas o foco é a sociedade civil e os jovens em particular, para enfatizar que eles estão no centro da transformação, o fundamento e o ponto de partida para a mudança. Elon Musk , proprietário do Twitter, falando através de uma coligação em vídeo ao 'Trihita Karana Forum', deu suas ideias sobre o futuro do mundo e sobre as novas tecnologias para apoiar o homem.
Relançando as missões espaciais para descobrir os segredos do universo e anunciando novos foguetes que podem conectar os pontos e nações mais distantes da Terra em questão de horas, ele insistiu na possibilidade de os jovens resolverem os problemas. Apontando para um método educacional. "Em vez de aprender como teoricamente resolver problemas, você tem que encontrar a solução começando com o problema que se apresenta no momento", disse ele. "Há tantas coisas que aprendemos que não fazem sentido. São apenas desafios mentais que não resolvem". E ele aponta a energia sustentável, a inteligência artificial e a biologia como benefícios para a humanidade, além disso, devemos "estar abertos às críticas que possam vir às nossas ações".
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